Quando o sol de um novo dia mostrou sua face iluminada de ternura e o dia me sorriu foi que levantei meus olhos do chão e contemplei o encanto desse novo dia...
Então apurei os meus ouvidos...
E ouvi que havia no ar um som sussurrado como que ao ouvido de quem ama... E quando entendi as palavras ouvidas percebi que elas estavam sendo ditas a mim, e quis esquecer todos os sons que antes havia ouvido, para buscar um entendimento maior daquilo que estava sendo revelado... E o fiz.
E mais ainda levantei meus olhos...
E mais ainda alcei a minha cabeça...
E vi que assim tinha assumido uma nova postura, e não estava mais curvado com o peso dos dias, nem vergado pela dor da vergonha, nem preso aos conceitos de sofrimentos...
Então com os olhos levantados eu vi...
E havia acima e à frente um degrau, e entendi que eu deveria subir... E o fiz. E quando o fiz divisei um horizonte novo, e vi mais longe, e mais ainda entendi as palavras cantadas no coração da minha alma, e senti no mesmo instante um pulsar diferente, e um ritmo novo foi posto no compasso de mim naquele instante...
E vi outro degrau...
Porém esse era maior que o compasso do meu pé, e me vi sem forças para altear meu dia e o meu momento até ele... Mas ouvi novamente a mesma voz que sussurrara ao ouvido da minha alma dizendo que eu seguisse em frente... E antes que eu pensasse que não poderia fazê-lo, veio a mim uma nova força, e ergui o meu pé do pó do chão e pisei o novo degrau. E quando o fiz, ele já não era maior que o compasso do meu passo e eu ergui o corpo, e subi...
E vi mais longe...
Muito mais do que jamais havia visto...
E num momento entendi muito mais do que jamais havia entendido de horizontes... E como um dos que desvenda parábolas, soube mais ainda daquilo que é escondido nas palavras dos sábios quando nelas se escondem, porque não foram os verbetes que ouvi, mas o espírito e o eco deles...
E vi um novo degrau...
E mais outro ainda...
E outro mais...
E subi...
E vi...
E...