Venceste Galileu!
Fugi-te léguas
Em brenhas mundanas...
Subornei...
Corrompi...
Enganei...
Fiz errado o certo.
Adulterei padrões,
Queimei bulas,
Desfiei bandeiras,
Rompi algemas,
Calcanhei normas.
Em nome do amor,
Fiz aliança com o ódio.
Não!
Não sei como não desististe de mim.
Menosprezei-te quando vi-te me amando,
Dei ombros ao teu amor,
Ignorei tua mão amiga,
E fugi...
Pelos pântanos putrefatos
Do humanismo,
A saneá-los por mim mesmo.
Em meio à tormenta,
À tempestade revolta,
Quando meus heróis
Fizeram-se mudos
Ante o iminente
Pique da nau,
Quedei-me a teus pés,
Clamei socorro
E tua mão portentosa
Acalmou a fúria kamikase.
Ah, Eterno!
Teu amor é inefável.
Mais poderoso que a morte,
Mais forte que o ódio,
Mais tremendo que a fome.
Eis aqui teu abnegado servo,
Teu amado filho,
Teu envergonhado confitente.
Venceste Galileu!
És meu Senhor,
Jesus!
Poema vencedor do 2° Amarte
Amostra de arte Evangélica
Teatro Goiânia, dezembro de 1984