A sustentação papal que há milénios Roma suporta em seu coração, o Vaticano, a mim, simplíssimo raciocínio humano lúcido e escorreito, mete-me nojo. Nojo?!... Neste caso é algo que sequer quero pensar, mas que inevitavelmente penso e repenso, tomado de repulsa consecutiva que se me cola, espécie de ranheta que em vão pretendo sacudir.
No decurso da minha existência, sob o conhecimento que adquiri, e que é público, o cidadão Wotyla constituiu um panaceante balsamo, cuja propriedade essencial teve o mérito de proteger as cascas sobre as profundas feridas da esperança humana. E se mais não fez avante, como, por exemplo, Gorbachev na União Soviética, nunca lhe teria sido possibilitado, pois, decerto que o actual Bento XVI seria um dos que imediatamente se oporiam, os tais odres de "cérebro imundo" que, como sanguessugas estáticas, vivem exclusivamente do invisível produto que Adão continua a segregar abundantemente do proibido pénis para a santissíma vagina da Virgem Maria. Eis pois, nós, os designados cristos hodiernos, permanentes filhos de Deus, o tal que nunca fez amor, queiramos ou não queiramos.
É estranho que Bento XVI, após o fumo branco, não tivesse reunido imediatmente com Bush. Para quê?... O tão óbvio, em face da realidade que perpassa, só terá lugar logo que Bush tenha necessidade de ir a Roma apertar os tomates a César, quiçá após cear com Napoleão, Hitler e a rainha Vitória.
Bush vai invadir o Iran ou coloca alguém lá dentro a tomar conta "deles", e isto não pode ser dito a quem não tem ouvidos e olhos, nem penis.
Prazasse, contudo, que só eu fosse o enojado.
António Torre da Guia |