É preciso conversar mais com Deus, reabrir a todo o momento o diálogo através da oração, que por culpa da modernidade e da famosa frase “não tenho tempo”, está ficando no ora, deixando de lado a ação.
Está na hora de buscar no céu ou em qualquer outro lugar a presença viva do Espírito Santo para que os corações se acalmem, e a alma também passe a respirar com mansidão.
É urgente que passemos a enxergar o rosto do Cristo que sofre, na face do nosso irmão abandonado como lixo nas calçadas da vida, nos acostamentos das estradas como se fizesse parte da paisagem, nos asilos que não são lares e nos lares que são asilos.
É urgente que passemos a enxergar o rosto do Cristo que ri nas pessoas alegres e de bem com a vida e que por onde passam inundam o ambiente de paz e tranqüilidade que inebria e contagia.
Precisamos encontrar o Deus que brinca, no rosto das crianças que tiveram a sorte de ter uma família que a respeita, e levar este mesmo Deus às que estão abandonadas nas ruas como brinquedo velho jogado fora, e também às que são maltratadas por quem as gerou.
Está na hora de buscar o céu contemplando o rosto dos idosos que, mesmo com os atropelos da modernidade, suportam com paciência a diferença de comportamento das gerações e, muitas vezes abandonados, ainda conseguem esboçar um sorriso.
Está passando da hora de enxergarmos Deus por todos os lados e em tudo que olhamos e tocamos e aonde a gente pensa que Ele não está, ajudarmos as pessoas a encontrá-Lo, porque certamente é nestes lugares e nestas pessoas que Ele está recolhido com uma vontade danada de ser encontrado.
O mais importante é ter a sabedoria para perceber que Deus não mora nos bolsos, no cartão de crédito ou no cofre do banco, para podermos sentir a sua presença em todas as pessoas que O deixam sair e andar do seu lado, não importando a condição financeira, social, racial ou política.
Deus não é propriedade particular.
Deus é o nosso criador e nos fez à sua imagem e semelhança e isto conferiu a todos nós, cada um do seu jeito, ser chamado filho de Deus.
Amém.