Usina de Letras
Usina de Letras
290 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Religiosos-->A Fé 191102 -- 01/02/2005 - 02:38 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M.Martins

FOWLER, James W. Estágios da Fé – A Psicologia do Desenvolvimento Humano e a Busca de Sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1992. pp. 15-40.


É preciso ter fé. O autor pretende demonstrar a centralidade da fé na vida do ser humano, para isso, toma um viés existencial, relacionando as posições de Richard Niebuhr e Paul Tillich. É na existência real que podemos vislumbrar o transcendente e assim construir um sentido para a vida, gerando conseqüências positivas para o contexto vivencial de cada um.
A fé é sempre relacional, depende das variáveis que atingem o ser humano a todo tempo, pois este está no mundo, que faz parte e partilha a fé com os outros seres humanos.
Tillich apresenta como nossa preocupação última o nosso próprio ego, que pode refletir-se ao nosso redor, nas pessoas que convivemos e nos relacionamos.
A fé está presente no humano de forma universal. É algo anterior à crença, e tem o poder de sustentar a vida. Tanto Tillich quanto Niebuhr se preocupam com questões de fé porque entendem que ela é mais profunda e pessoal do que a religião, é a maneira pela qual uma pessoa ou grupo responde ao valor e poder transcendentes, conforme são percebidos e aprendidos através das formas da tradição cumulativa. A tradição acumula valores que se refletem na crença, que é alimentada e vivida na fé. Contudo é a fé que é colocada como mais rica, mais pessoal, pois leva o ser humano além de si mesmo, e isso é maravilho, pois permite viver a vida como ela é.
Já a crença é aceitar certas idéias, chega a tal ponto de se forçar a aceitação de alguns dogmas. A crenças não é totalmente segura e pode esvaziar-se conforme o contexto, por outro lado, a fé é capaz de levar o ser humano adiante, mesmo em situações muito ruins.
Também Smith trabalha a questão da fé, contudo relacionando com a vida sentimental, do coração, da confiança, talvez porque a fé permita várias subjetividades ao mesmo tempo. Em nossos dias os sentimentalismos transformaram, juntamente com a crescente onda da ciência neo-positivista, as questões de fé em questões duvidáveis. Justamente por oferecerem soluções antagonicamente radicais. Uma fazendo com que a fé se perca num mundo de fantasias e sonhos, a outra num mundo de racionalidade e empirismos injustificados. Ambas se esquecem que o ser humano é mais que isso, ele pretende transcender a si mesmo estando ainda no mundo, pois há algo maior que o chama sem parar, e o faz questionar a si mesmo e sua posição neste mundo estranho.
As relações etimológicas da palavra fé são discutidas pelo autor afim de inserir mais luz nessa caminhada, entretanto, acaba voltando ao inicio,onde a fé é relacional. Com os devidos créditos pela análise, temos que verificar que tal análise só vem corroborar para nossa opinião de que a fé se apresenta contextualmente.

Além da análise etimológica, temos também uma baseada no desenvolvimento da criança no meio familiar, onde a confiança e amor vão gerar os futuros trilho da fé naquele que vivenciou o contexto de família segura. A lealdade é apresentada como modelo, e também é cobrada nas relações diárias da pessoa que se insere na sociedade.
Ela é também imaginação dinâmica, pois está em contato constante com o mundo relacional à sua volta. E tudo aquilo que interage com a pessoa no mundo acaba influenciando nossa concepção desse mundo, criando questionamentos e certezas, que são respaldas pela nossa fé. E é por isso que a crença é colocada após a fé, pois tenta explicar-lhe os conteúdos. Ou seja, tenta reinterpretar esse mundo que é apreendido pela fé e que nos dá apenas pistas de nosso caminho eterno, logo, também imagina e cria a partir da fé.
Claro que devemos dar o devido valor à fé, valor que está esquecido em nossos dias. Dias conturbados por exigências múltiplas, gananciosas, com relacionamentos que falseiam a lealdade, que é um dos pressupostos da fé. Valor que Niebuhr comparou a um multifacetado cubo, com perspectivas diferentes e lados ocultos à simples visão diária. É necessário ter fé para ver o outro lado.
Enfim, a fé é imaginação diante dum contexto de vida em que o ser humano está inserido; é também relacionamento íntimo e dinâmico que, de forma dialética, nos propõe novidades a cada momento, para uma vivência mais tranqüila e saudável. É preciso ter fé.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui