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Textos_Religiosos-->Pastoral Urbana 020902 -- 01/02/2005 - 02:49 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M. Martins

Prof. Marco Barbosa
Disciplina: Missão Urbana
COMBLIN, José. Viver na Cidade: pistas para a pastoral urbana. São Paulo: Paulus,1996

A vivência da Cidade

O movimento é constante na vida do ser humano que é essencialmente político. Diante desta premissa, o autor traça diretrizes para se alcançar êxito na vivencia da cidade. Depois da leitura e reflexão do texto Viver na Cidade, percebemos que tanto na área rural quanto na urbana há uma necessidade de segurança por parte daqueles que vivem, pois, se vivem, necessitam de parâmetros para vivencia, e é disto que trata Comblin no decorrer dos capítulos do seu texto. Afinal, como viver na cidade?
A perspectiva do campo, da área rural, obscurece o movimento interno que há nas relações humanas. Faz com que as pessoas deixem de enxergar as possibilidades que existem dentro da situação múltipla do ser que é humano, que pensa, que reflete. Sendo assim, o campo traz consigo influências próprias que vão contrastar com as da cidade, pois essa ultima provém um caráter de pensamento mais livre, mas amplo. O humano consegue se ver mais capaz na cidade, as relações, conseqüentemente, se expandem. É o movimento que está implícito na vida de cada um, movimento que busca mudanças, aperfeiçoamento, novidades. Contudo, busca ao mesmo tempo a segurança, a tranqüilidade, a paz.
A cidade é o modelo que vem sendo apresentado de modo a não deixar muitas opções àqueles que quiserem outra forma de vivencia. O povo saiu do campo rural para adentrar na cidade brutal e veloz. Quanta mudança!
A família, que era sinônimo de comunhão, no campo traz consigo a carga de autoritarismo, é acusada de tirar a liberdade, de tolher os sonhos. Já na cidade, corre-se o risco de, em prol da liberdade, cairmos no outro extremo da total eliminação da família, no individualismo exacerbado que impede a vivencia, pois, como já dissemos, o ser humano é político e, necessariamente, precisa das relações.
Chega a ser histórico a questão do êxodo das massas de um âmbito vivencial para o outro. Na antiguidade as tribos supriam as necessidades existenciais. O poder desenvolveu-se juntamente com a religião, apresentando novos anseios, fazendo com que o contexto vivencial mudasse, transformando as vidas e os modos de vida.
Um povo escolhido por um Deus que apresenta uma nova concepção vivencial surge na história: Israel. Agora deve ser considerada a noção do outro, e não somente do individual, do poderoso ou religioso. No entanto, esse mesmo povo se perdeu do primeiro referencial, fazendo cair em si mesmo a mentalidade individualista do “eu”; afastando o todo, o universal. Ali já se prenunciava o Reino de Deus que apontaria o novo paradigma para um viver adequado. Com o grande marco do Cristo vivo, demonstrando não só em palavras mas também em atos como é que se deve vivenciar os tempos relacionais, temos a perspectiva de um mundo vivenciado por centros de relações humanas. Não como fonte de poder individual, seja econômico, político ou religioso, mas como um universalismo que leva em conta todas as camadas da sociedade. Atinge de forma ampla o necessitado, o excluído. É no relacionamento entre pessoas que se centra o viver na cidade ou em qualquer outro sistema social.
Poderíamos traçar alguns apontamentos acerca das igrejas e como elas tem agido no contexto das cidades. São apresentadas no texto igrejas que não sabem lidar com a situação diversificada e preponderantemente livre/reflexiva das cidades. Medo é a palavra que resume toda essa questão. A igreja reserva para si um não questionamento que se esconde atrás da autoridade divina que, por sua vez, é fruto de vivencias e tradições que foram distorcidas pelo tempo e pessoas que se apoderaram delas para trazer para si mesmo o poder necessário à outras épocas em que esta ferramenta fora utilizada para domínio das massas populares. A situação mudou, a cidade é uma realidade. Sua diversidade é impressionante e de difícil averiguação.
Talvez o processo inverso seja preciso para que as igrejas consigam êxito na tarefa de levar o amor do Cristo vivo às cidades. O processo de conscientizar a igreja, que é feita de pessoas que se relacionam; é necessário sair e participar da sociedade, fazer sentir-se na comunidade que a rodeia, na qual está inserida. Esta é a proposta e sugestão do autor para que a igreja saia desse lamaçal em que está patinando há algumas décadas.
O ser humano tem tendência egoística, e isso é demonstrável ao longo de sua caminhada através dos séculos. O povo escolhido se retrai achando que é privilegiado com direito a dispensar os outros povos. A igreja primitiva se fecha em Jerusalém se esquecendo da ordem expansiva do grande Mestre Jesus: Ide anunciai a todas as nações. É uma igreja medieval institucionalizada que se fecha em mosteiros buscando reviver o encontro com Deus, esquecendo-se que Deus os esperava do lado de fora, no estender a mão ao pobre. A reforma trouxe uma nova luz à situação: todos poderiam usufruir a Palavra de Deus. Chegamos em nossos dias com um outro tipo de mal atingindo as vivencias nas cidades: é um individualismo anestesiado. Todos conhecemos as normas éticas e vivenciais cruciais à sobrevivência, vivemos na era da informação, da comunicação, da informática. Pudera todas essas ferramentas fossem utilizadas para uma melhor apreensão de como viver na cidade.
Concluindo, temos um movimento vivencial presente em nossa época não muito diferente do movimento de outras épocas. O problema dos necessitados ainda é presente, a má distribuição de renda só vem provar aquilo que já sabemos: o ser humano é egoísta e mesquinho. Contudo, temos uma mensagem que guardamos para nós mesmos: Cristo é a reposta que mostra como viver na cidade, no campo, no espaço, em qualquer lugar. Jesus vivendo dentro da vida das pessoas, fará com que estas vivam dentro do corpo de Cristo que se mostrará numa sociedade mais condescendente e universal. Cabe à igreja como detentora desta mensagem, anuncia-la às pessoas que buscam como vivenciar suas expectativas e vidas; tudo isso sem centralismos, mas sim com apontamentos para uma socialização, para o diálogo franco que busca o aprimoramento para o todo. Não é mensagem utópica, mas sim a mensagem do Reino de Deus já, pois a vida está acontecendo agora, na prática; e é na pratica que poderemos apresentar maneiras de como se viver na cidade.
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