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Textos_Religiosos-->Educação e Religião 190602 -- 01/02/2005 - 02:56 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Educação e Religião

Rodrigo M.Martins
190602

1) Um dos desafios da educação cristã é a educação teológica entendida como a preparação (ação e reflexão) que permite aos membros de determinada igreja prestar contas de sua fé cristã nos diferentes momentos de sua vida. É necessário romper com uma tradição que foi criando um distanciamento entre as elites teológicas e os membros das comunidades muitas vezes apenas com o treinamento necessário para participar passivamente dos ritos litúrgicos.

2) O trabalho do pedagogo é proporcionar ao educando consciência de partilha e práxis conjunta, sem os quais não atingirá seus objetivos. Seu conteúdo programático deve conter a preocupação de levar o educando a produzir novos conhecimentos quando em contato com seu dia-a-dia. Deve leva-lo a sentir que os problemas da humanidade são os seus problemas e como tais devem ser encarados. Seu trabalho deve ser um ato de amor e não somente um profissionalismo tão mercantilizado em nosso tempo. Deve haver uma compreensão clara de que realiza uma pedagogia da religião como parte de sua vocação.

Resposta

Nos aspectos pedagógicos apresentados em sala de aula pelo Prof. Silas, pudemos verificar que “a teologia é tarefa da Igreja, e seu objetivo último é Cristo”, fazendo com que toda nossa reflexão acerca dos parâmetros pedagógicos seja pautada por essa máxima. Afinal, quem além de Jesus para nos assegurar bases sólidas para um agir eficaz? Sendo assim, propomos resenhar o rompimento do tradicionalismo engessante, juntamente com uma ação vocacionada e contextualizada da perspectiva daqueles que se interessam por educação com a profundidade requerida, para que se atenda a um “não fazer a obra relaxadamente”, mas sim com amor, vindo das Sagradas Escrituras.
No desenvolvimento da história, muitas “doutrinas” pedagógicas foram se cristalizando, fazendo com que a mentalidade cristã original fosse sendo fragmentada e omitida. Talvez nos espantemos com uma Idade Média, chamada de obscura e das trevas, mas é a fome de poder e dominação que fez e ainda faz com que nossa vontade de liberdade seja oprimida, afinal, quem quer liderar um povo que pensa por si próprio? Todas as orlas de dominação e poder sempre primaram por uma educação rasa e sem maiores influências, justamente para que não fosse questionadas, e também para não ter seu poder ameaçado. E é a partir dessa época do pensamento mundial ocidental que vem sendo desenvolvida a mentalidade passiva; não só na área teológica, mas também em todas as outras áreas.
Na época medieval oriental podemos perceber uma forte ligação entre todas as linhas de pensamento tendo como coluna de sustentação o poderio da Igreja Romana, que se orientava pela teologia forjada nos mosteiros e centros de pensamentos totalmente privados de reflexão livre.
Toda essa problemática deixa suas marcas até hoje em todos os momentos de nossa vivencia, principalmente em nossas comunidades, que insistem em viver do passado, saudosamente. Não que isso seja de todo ruim, mas a mentalidade aprisionada é um dos fatores que emergem com mais freqüência dessas incursões ao passado, favorecendo uma passividade sem reflexão, o que não fornece nenhuma ferramenta capacitante para construção de um mundo melhor, com uma teologia mais viva, tão solicitada em nossos dias.
Voltamos a citar as aulas do Prof. Silas, onde “a marca do profeta é o não conformismo”, e o “discurso religioso passa pela formação bíblica”. Claro, a partir dessas afirmações temos nosso norte para uma educação baseada na iluminação produtiva, coisa que foi totalmente esquecida e abandonada. A conformidade que a pós-modernidade nos apresenta, baseia-se no relativo, “na informação sem história”. Essa falta de conteúdo proléptico, que visa o futuro, que faz pensar, aponta para uma vida sem esperança, ainda mais quando se trata de vida religiosa cristã, que deveria ter como centro Aquele que sempre fez questão de dar vida abundante para todo aquele que crer: Jesus Cristo.
Para nossa reflexão caminhar para um porto ainda mais seguro, temos que ressaltar a importância da leitura contextual da bíblia, dando a devida ênfase na sua ação comunicativa, tão presente em nossos tempos. Essa ação comunicativa fundamenta-se na educação, essa palavra que possui tantas definições que até se perdem em si mesmas, contudo, é preciso pensar o educando como alguém que vive a realidade e interage com ela a todo instante. O contexto não pode ser esquecido, o conceito: “educação”, em nossos dias, não consegue fugir da inter-relação com a realidade contextual, algo parecido com o que Hugo Assmann chama de “a mais avançada tarefa social emancipatória”. Toda essa discussão aponta para o nosso contexto vivencial conforme a necessidade, seja seu objetivo para fora ou para dentro do aprendente, depende do contexto vivencial.
Assim, temos que responder às necessidades de nossa época levando em conta o contexto vivencial e, para isso, a educação teológica eficaz se apresenta como opção contundente e divergente da passividade, e ainda mais longe das categorias de opressão que estão ideologicamente presentes em nossa mentalidade hodierna. É necessário ousar para crescer.
Finalmente, a convergência das idéias relacionadas contendo Ação e Reflexão nos faz recorrer ao mestre Rubem Alves. O grande sábio mineiro vai apresentar uma tese plural, assim como plural é o nosso mundo e o tempo que nele impera. A diversidade de idéias é cada vez maior, e a convergência é justamente “fazer dançar essas idéias”. Nem todos os aprendentes estão acostumados a dançar, e muito menos a fazer dançar. É preciso alguém que os auxilie nessa nova caminhada. É preciso fazer despertar o gosto pelo andar de pés no chão. E isso só é possível fazer através do próprio gosto do professor em ensinar, assim como diz Sêneca: “aprender dá-me sobretudo prazer, porque me torna apto a ensinar”. Além disso, o ensino passa pela política e, para permear a política, esbarra no poder, em que nós acionamos, mais uma vez, as aulas do Prof. Silas, agora falando de Foucault: O poder é a arte da política. Assim, vemos que educação, religião, política, poder e muitas outras categorias estão presentes no processo educatório, justificando muito bem a preocupação para com os desafios propostos pelo curso de educação e religião ministrados neste semestre.
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