Para as conquistas de ordem espiritual, é imprescindível que haja sinceridade. Mas a sinceridade precisa sobreviver ao conhecimento de si mesmo. Este conhecimento é um desafio à sinceridade no que se refere à consciência do volume de ilusões com que nos identificamos, que constituem o Ego, o nosso sistema de ilusões, a nossa identidade falsa, usurpadora do Reino da Alma.
No Ego existem dois polos de ilusões; o negativo e o pseudo-positivo. A mentalidade egoísta considera positivas as emoções de orgulho, ambição e vaidade. E procura fugir da consciência de sentimentos negativos como o medo, o ressentimento e a raiva. Procura fugir transferindo as culpas para os outros, assim como procura trazer para si todos os méritos.
A grande armadilha da iniciação espiritual é exatamente a tentativa de incorporar valores novos à velha identidade egoísta, ao mesmo modo de ser. Então o entusiasmo é falsamente positivo, e toda exigência de sinceridade mais profunda vai romper os tecidos da personalidade, pois o sentimento ainda não se moldou ao amor.
Por isso Jesus ensinou: - “Não se pode colocar remendo novo em tecido velho, ou vinho novo em recipiente velho pois eles não suportam, e se rompem.
Então, onde colocar valores realmente novos, se o Ego não os suporta? Não é necessário colocá-los em lugar algum. Precisamos apenas procurá-los onde eles já estão, em nossa própria Alma, que é a nossa identidade verdadeira e jamais se romperá, pois seu tecido é a Substância de Deus!