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Textos_Religiosos-->Educação e educação cristã 20/08/2001 -- 01/02/2005 - 03:31 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Educação e educação cristã

Data: 20/08/2001
Rodrigo M. Martins


SCHNEIDER-Harpprecht, Christoph (org.) – Teologia Prática no Contexto da América Latina. (cap. 11, Danilo R. Streck e Manfredo C. Wachs – Educação e Educação Cristã ) São Paulo: Sinodal, 1998, pp. 245-267.


Educar faz parte do processo de recriação da vida. O fato de as comunidades cristãs, assim como grupos que professam outra fé, se envolverem na educação é um sinal de que na mesma esta em jogo não apenas um conjunto de informações, mas a própria maneira de conceber e viver a vida. Assim como não existe uma educação politicamente neutra, também não existe uma educação asséptica em termos de crenças e valores. No entanto, confundira educação numa perspectiva da fé com proselitismo ou doutrinação seria tão falso quanto confundir a politicidade da educação em inculcação ideológica. É fato que há educação cristã onde ocorre uma educação com compromisso cristão.

Temos em mente, por um lado a tarefa formativa que a igreja realiza com seus membros no sentido de habilita-los a participarem da vida e dos compromissos de sua respectiva comunidade e, por outro lado, essa visão não pode ser dissociada da atuação pedagógica que identifica aqueles que professam a fé cristã dentro da sociedade mais ampla.

A educação cristã como disciplina em cursos de formação, nos vários níveis acadêmicos, observa a prática, sistematiza a reflexão e a ação e intrui sobre a conceituação , o lugar, o objetivo e a ação dos diversos contextos educacionais da atuação da igreja. Como disciplina curricular a educação cristã instrumentaliza o teólogo educador, pedagogo teólogo e o leigo educador, visando a ação educativa que o povo de Deus realiza no seu seguimento de Cristo, perguntando pela metodologia apropriada e pelos seus pressupostos teóricos. A teoria da educação cristã tem que ser teologicamente válida e educativamente sólida.

Na relação interdisciplinar contatam-se três modelos de relacionamento entre teologia e pedagogia:
1- a teologia como instrumento;
2- a pedagogia como técnica;
3- a inter-relação do pedagogo e do teólogo.

Hans-Jürgen Fraas diz, em relação à pedagogia da religião, que tanto “a relação com a teologia quanto a relação com as ciências humanas são contitutivas para ela”. Sua argumentação baseia-se numa compreensão de fé como ampliação das possibilidades de experiências e não como um fenômeno que se torna normativo a partir do sobrenatural.

Na América Latina, a teologia e a pedagogia nascem juntas. A pedagogia do oprimido de Paulo Freire é escrita em 1970 e a teologia da Libertação de Gustavo Gutierrez é escrita em 1971.

Método é um conjunto de ações e das reflexões que intermedeiam e são mediadoras na educação e pode-se afirmar que o método é o conjunto de ações e reflexões da e para uma práxis.

A educação cristã não é uma tarefa paralela da igreja, mas está ligada à identidade da missão e presença do reino de Deus. No período da pré-reforma e da Reforma, e com a influencia do humanismo, ocorreu uma retomada do catumenato. A educação cristã começava a sair dos mosteiros e o povo tinha acesso à Bíblia no seu idioma, tendo a família como seu alvo principal.

Prioridades educativas:

1- catequese – preparação dos membros das igrejas para os sacramentos;
2- ensino confirmatório –
a) envolve a realidade das pessoas jovens;
b) integra a comunidade e as demais pessoas envolvidas diretamente;
c) proporciona a proximidade com Deus e;
d) oferece benção e envia o jovem para enfrentar os desafios do mundo.
3- Escola dominical – visa a instrução cristã de todas as pessoas na instrução na fé e para a vivencia comunitária.

A educação popular assume como conteúdo os temas: saúde, produção agrícola e industrial, o ecológico, o simbólico e o cultural-estético. Na dimensão metodológica, a educação popular arte da realidade, integra teoria e pratica, oferece maior participação dos/as agentes educacionais e dos/as participantes, elabora materiais mais populares e assume uma comunicação mais popular. Utiliza recursos e dinâmicas mais participativas e não tão expositivas.

Percebe-se que a educação popular é mais politizada e socialmente engajada, desenvolvendo uma análise social mais crítica; realça a vida cotidiana na sua ação educativa e os educadores populares têm maior militância sócio-politica. A educação cristã na perspectiva social, tem apontado à dimensão utópica do Reino, de uma nova sociedade, de um novo homem e uma nova mulher. A dimensão de que somente a fé mantém e fundamenta a esperança tem revigorado e ajudado a descobrir novos caminhos.

As escolas confessionais possuem uma ênfase missionária, uma ênfase diacrônico-profética e uma ênfase na dimensão da cidadania.

Um grande desafio tem sido a reflexão sobre a possibilidade de um ensino religioso de caráter inter-religioso, onde se agregariam pessoas de diferentes credos religiosos e não somente as cristãs. Um ensino religioso com este caráter não poderia mais ser denominado de educação cristã e implicaria um diálogo profundo e transparente entre os representantes dos diversos credos.

A pesquisa desenvolvida na América latina, especialmente em torno da educação cristã comunitária eclesial, constata a existência de cinco modelos de prática de ensino:

1- modelo de preservação da tradição e da cultura;
2- modelo da escola nova;
3- modelo transformador;
4- modelos de evangelização;
5- modelo de testemunho publico em situações de conflito.


A reflexão pedagógica latino-americana tem se caracterizado, nos últimos anos, pela busca de novos referenciais, falta uma memória pedagógica própria.

É possível atribuir parte da renovada atenção ao conhecimento ao construtivismo. O professor não precisa apenas saber alguns conteúdos, mas cabe-lhe saber como determinado conceito foi construído através da história e como este mesmo conceito é construído por uma inteligência que não está pronta, mas que é ela mesma uma construção.

Ao acentuar a necessidade da desconstrução na educação, parte-se do pressuposto de que o canto da sereia tomou conta em algumas áreas da educação que precisam ser repensadas. E para isso é preciso desconstruir idéias com que nos habituamos a conviver, conceitos que começamos a aceitar como normais. Basta mencionar alguns exemplos mais conhecidos e talvez mais salientes do que seria esse esforço de desconstrução:

a) educação e culturas;
b) educação e gênero;
c) educação e o sujeito.

É interessante notar como depois de algumas décadas de existência a teoria de Paulo Freire suscita interesse exatamente pela noção de diálogo. Isso parece corresponder a uma genuína necessidade que o ser humano sente neste momento da história d experimentar o Outro, seja o ser humano,a natureza ou o transcendente.

Ao contrário do que poderia parecer, uma pedagogia da relação não é contrária á informática.
A educação cristã faz parte da própria essência da igreja e precisa estar em constante renovação, buscando identificar as necessidades e as possibilidades de cada momento histórico.
Um dos desafios da educação cristã é a “educação teológica” entendida como a preparação (ação e reflexão) que permite aos membros de determinada igreja prestar contas de sua fé cristã nos diferentes momentos de sua vida.
Com os constantes novos desafios que a modernidade tem trazido, não é mais possível permanecer na educação cristã como iniciação das crianças. Há que desenvolver um método que corresponda à realidade vivida pelos adultos de hoje.
É necessário assumir a escola como um lugar teológico, distinto da comunidade eclesial, com uma lógica de funcionamento própria.
A comunidade precisa ser concebida cada vez mais como um lugar onde todos aprendem e ensinam.
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