Sobre a encíclica Laudato Sí
Repasso, com autorização do autor, e-mail do coronel reformado Ralph Solimeo, da PM paulista:
Meus caros
Da última encíclica do Papa Francisco, só li um resumo dos tópicos principais por ele abordados e não gostei, por três razões principais:
1- Diz um ditado latino, numa tradução livre, que "os iguais, aos iguais alegram", assim como, um ditado nosso, que diz:"dize-me com quem andas, que direi quem és". Logo, se tal enciclica mereceu os mais ardorosos elogios de "ecologistas melancias", de anticlericais de carteirinha, de "católicos progressistas", com ênfase às loas tecidas por Leonardo Boff, em artigo de página inteira do Estadão, só me resta desconfiar, com uma desconfiança muito desconfiada, do caráter da encíclica em questão.
2- Nunca foi do feitio dos Papas, darem o aval da Igreja a assuntos controversos, especialmente científicos, e o Papa Francisco, com esta encíclica, empenhou a credibilidade da Igreja na defesa da "teoria do aquecimento global" e da responsabilidade do homem em tal processo.
Ora, assim como há climatologistas, especialmente, os ligados ao IPCC, Painel Intergovernamental Para as Mudanças Climáticas, patrocinado pela ONU e por poderosos grupos, que defendem a tese de que está havendo um aquecimento do clima da Terra, e colocam o homem no centro desse processo - os chamados " catastrofistas", existem outros tantos climatologistas, os "céticos", também de renome, como o Prof. Dr. Ricardo Felício, graduado em Ciências Atmosféricas, mestre em Meteorologia, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, doutor em Geografia e docente da USP, que não só discordam de que esteja ocorrendo um aquecimento global, decorrente do tal efeito estufa e, tampouco, que o homem tenha a "capacidade" de alterar o clima da Terra, que é determinado pelas oscilações das atividades do sol, pelos oceanos, que ocupam 72% da superfície terrestre, pelos vulcões e pelas nuvens. Quanto ao CO2, afirmam que, somente os insetos, produzem mais CO2 que os homens, não vendo, ainda, mal no aumento deste gás, que é a fonte da vida para a produção de alimentos. Concordam, entretanto quer há alterações pontuais, especialmente nas grandes cidades, em decorrência da poluição do ar e da águas, coisa diversa de mudança climática.
3-Trata da Economia, numa crítica ácida ao capitalismo, tomando por face os abusos e não o uso, parecendo-me insinuar um modelo só possível nas sociedades primitivas do tipo tribal.
Espero estar enganado, pois nada disto é consoante a Sagrada Doutrina.
Ralph
ralphsolimeo@terra.com.br
Obs.: O Papa Francisco é também chefe de Estado, da Santa Sé. Compreende-se que ele deve tratar os assuntos de forma diplomática, para não ferir sentimentos. No entanto, tentar agradar a todos é um grande erro, como afirmou o articulista acima. Quando os papas falam sobre economia, normalmente falam como se toda a humanidade deveria seguir a vida monacal, se esconder nas tocas dos desertos e das montanhas. Torna-se urgente haver o ensino de Economia nos seminários e nos estudos de mestrados e doutorados dos padres, bispos e até cardeais, de modo que não falem tanta asneira. F. Maier
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