Deus Me Deu, em Dobro, Tudo o Que o Diabo Tirou
Eu coloquei minha cabeça nas nuvens brancas
Então Deus me ofereceu o céu inocente
Botei meus pés no chão, bem nas areias francas
Assim Deus me devolveu o chão novamente
Comi o pão que o Diabo amassou
Mas Deus me deu o manjar dos sonhos
Quando a calada da noite, finalmente, falou
Foram embora os pesadelos tristonhos
Precisei engolir sapo e ter sangue de barata
Porém Deus me deu uma transfusão de alegria
Os sinos tocaram a canção com o barulho da lata
Pois quando dois seres cantam, surge a Poesia
Quando corri para tirar a família da forca mortal
Deus livrou meus amigos da guilhotina
A paz é uma bailarina no espaço sideral
Que vira a estrela-guia de qualquer menina
Um bruxo fez ritual macabro e baixa Magia
Somente para me prejudicar tirando meu ar
Porém Deus fez a lei do retorno com maestria
Então, hoje, construo um castelo em cada lugar.
Luciana do Rocio Mallon