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cronicas-->Das facas da vida -- 03/06/2003 - 02:05 (Luciene Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lá estava Maria. E essa Maria pode ter vários nomes. Aqui, Maria, significa mulher, cidadã universal.
E lá estava ela. Parada em frente ao altar, prestes a realizar um dos maiores sonhos femininos, o da perpetuação da raça através de uma relação estável, socialmente institucionalizada, religiosamente sacramentada em qualquer credo que prime pela paz tribal, idealizada por qualquer nível de amor romànticos.
Drama.
Deixada às portas por um salafrário que não mede as consequências da quebra de um sonho.
Homens matam, homens roubam, homens violam, pulam cercas à noite quando todos dormem no descanso merecido de um dia de trabalho.
Mulheres o fazem. Em menor proporção.
E nem todos conseguem descansar de um dia de trabalho diante da praga do desemprego que resolveu atingir toda a sociedade que substitui homens por maquinas.
E nessa desordem social da maquina pelo homem, da confusão de valores deturpados, das bocas famintas, dos sonhos desfeitos, Maria jaz. Morta de tudo, morta por dentro, morta por fora. Amarga para sempre. Não por causa do amor apenas. Mas porque trás em seu ventre, um filho bastardo.
Dias longos a esperam. Dias de trabalho sem trabalho. Dias de amor sem amor. Dias de lagrimas com lagrimas.
No véu rasgado de Maria, a tortura por um mundo que não é o seu. Um lugar de inadequação, de frustração por saber que todos acreditam numa coisa que não fazem realidade.
E para Maria parece ser mais fácil viver nas costas de uma sociedade errante, faltante e inconsciente de seus atos, alheia ao micro que forma o macro.
Ao lado do bolo, a faca.
Na casa ao lado, o leito.
Ela pode matar-se. Covarde.
Ela pode matar seu parceiro.
Ela pode matar sua mãe.
Ela pode tudo. Afinal, vive-se atualmente numa sociedade onde tudo é possível. Inclusive o caos.
Mulheres o fazem. E já que em menor proporção, Maria decide que ela não será um mote tão grande a engrossar esse filão.
A faca arde, brilha em sua frente.
E agora Maria já nem sabe porque inventaram as facas.

L.Lima
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