Este é meu segundo Natal em Recife. No ano passado passei no meio de um grupo de intelectuais em uma celebração típica. Este ano preferi o isolamento. Foi um ano muito duro para mim. Saí de uma situação financeira confortável e um casamento seguro para explorar uma vida cheia de aventuras. Mas como diz o poeta: "cada sofre a dor e a delícia de ser o que é". Eu senti estas delícias.
O Brasil também passou por transformações importantes em 2002. O país está mais humanos que outrora, a prova maior disso foi a passagem de Chico Xavier. O mundo já estava em momento que poderíamos no virar sem Ele, por isso Deus o levou. E vejam que esnobe, foi justamente num dia em que o país só teve olhos para o penta. Os meios de comunicação transmitiam o júbilo da seleção canarinho, quando uma nota de pouco espaço anunciara o falecimento de Chico. Foi, precisávamos dele, agora só...
A eleição presidencial foi mais um prova de maturidade brasileira. Tivemos pela primeira vez um pleito honesto, mostrando um Presidente honesto, limpo, que não utilizou a máquina para influenciar a disputa. Aliás, o Governo de Fernando Herinque foi o melhor que tivemos, sem dúvidas, mesmo que os cépticos insistam e denegri-lo. É preciso olhar o Brasil com olhos isentos. Mesmo na Segurança Pública houve avanço. Nos últimos anos até mesmos intocáveis do porte de Jader Barbalho responderam por seus delitos. Já não somos o país da impunidade, mesmo que ela ainda exista em larga escala. A sociedade já não aceita os descabimentos de outras épocas, por isso o futuro será bem melhor. A eleição de Lula só veio coroar este avanço.
Como aprendi e cresci, o Brasil fez o mesmo, com todas as suas delícias.
