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cronicas-->A Guerra contra o Iraque -- 19/06/2003 - 18:03 (Adriane) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No deserto, sopram os ventos de uma nova guerra. O medo nos domina e passamos a ser precários escravos que suplicam incansadamente pela vida. Mas os soldados matam sem piedade, sem dor. Tornam-se máquinas destruidoras em busca de sua presa. Assim o mundo vai se desconstituindo de pessoas e de culturas que construíram uma civilização. A paz passa a ser agora uma palavra vazia e insignificante cada vez mais longe de ser conquistada porque os americanos ficaram sem condições de sentir a paz interior. Paz não é ausência de guerra. É sentimento de segurança pessoal. O propósito de toda guerra é restaurar a paz, mas isso não aconteceu.
Os Estados Unidos invadiram o Iraque para livrar o mundo de um grande perigo: as armas químicas e biológicas. Mas será isso uma verdade? Pela primeira vez na história, a guerra permitiu que se comprovasse ao vivo e a cores como o presidente norte-americano George Bush mente descaradamente. Pela televisão, vimos soldados iraquianos em penca rendendo-se sem disparar um mísero tiro de armas convencionais, quanto mais de armas químicas e biológicas. O que houve no Iraque não foi uma guerra, foi um massacre.
É preciso desprezar a vida humana para lançar o ataque de sexta feira, 22 de março, sobre uma cidade povoada por milhões de pessoas, a esmagadora maioria deles, civis tão inocentes quanto os norte-americanos mortos nos ataques às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001. O sentimento de perda associou-se ao sentimento de impotência.
Inspetores da ONU não encontraram as tais armas que serviram para os Estados Unidos como estopim para o início da guerra. Mas George Bush ultrapassou todos os limites tornando-se o juiz do juízo final. Deu a Saddam Hussein e a seus filhos, um prazo de 48 horas para deixarem o Iraque ou então tudo se tornaria sangue e óleo diesel. E foi o que realmente aconteceu. Nada nem ninguém poderia deter o senhor maligno Bush. A maior potência militar do planeta começou uma guerra contra o Iraque para liquidar o perigo que boa parte do mundo não via. Sobre o Iraque, está a segunda maior reserva de petróleo do mundo. Já não seria tanta riqueza, o motivo suficiente para a guerra iniciada pelos Estados Unidos?
Foi uma guerra como nunca se viu em matéria de eficiência e de força. O estágio tecnológico dos Estados Unidos teve condições de promover um show de destruição e de morte apocalíptico. Os bombardeios foram os mais precisos já realizados usando apenas "bombas inteligentes".
O que jamais se viu acontecer em uma guerra, foram os "reality shows" em tempo real. Redes de TV norte-americanas avançaram rumo à Bagdá junto com as tropas dos Estados Unidos convivendo 24 horas com os soldados nos momentos de aflição e descanso. Os repórteres transformaram-se em soldados, pois corriam os mesmos riscos que eles. Um veículo próprio, usado pelos norte-americanos, foi adaptado tornando-se um estúdio móvel capaz de captar imagens e editar reportagens. Mas é toda essa tecnologia que nos deixa cada vez mais sem entender essa guerra. Tantos bilhões e trilhões de dólares investidos em armas, bombas, "reality shows" para apenas se ver muito sangue pra todos os lados e não só o sofrimento, mas a morte instantànea. É dinheiro jogado no lixo. Início do século XXI, ano 2003 e uma guerra. Passamos pelo túnel do tempo e voltamos para a Idade Média? Já não é mais tempo de declarar guerras, mas sim de resolver os problemas racionalmente. George Bush foi um homem contra o mundo inteiro e por incrível que pareça, ele foi o vencedor e o culpado pelo desgosto e desastre do mundo.Não se pode mais ver ou ao menos imaginar um mundo de paz, pois até mesmo a esperança, ele nos roubou.Somos seus escravos. Se não obedecemos, morremos.
Enfim, a guerra chegou ao final. Depois de muita destruição e mortes, George Bush declarou fim a guerra por deduzir que Saddam Hussein morrera, mas isso ninguém pode provar. Só nos resta agora procurarmos um restinho de paz no interior de nós mesmos e quem sabe, prever um mundo em que as pessoas convivam em harmonia e não temam o pior. É preciso ter confiança no coração para saber vencer o medo.
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