Sim, eu percorri chorando e soluçando aquela via de dores e sofrimentos. Deixei pelo caminho os restos das amarguras e das mágoas, os pés rotos pelo aspérrimo caminhar, o chão respingado de suor misturado com o fel das decepções.
Tudo conspirava para a minha desistência: a exaustão, a cadeia infidável de fracassos, o desprezo das pessoas, a humilhação constante, os risos de deboche, o cansaço imenso de quem chega à beira do fim do mundo.
Mas, crescendo ligeiro como erva daninha, de dentro do meu mais íntimo uma coragem florescia e a esperança espalhava suas cores no cenário monocromático que se desenhava diante dos meus olhos. E eu resisti, Desci ao fundo do poço, companheiro de criaturas peçonhentas, escorpiões, víboras, serpentes.
Desafiei os abutres insolentes que voavam à minha frente, esperando a minha ruína.
Subi uma vez mais para ver os destroços das criaturas sombrias e a grandeza incomensurável dos bons.