Madalena dá Ã luz o fardo. E Antonio é enterrado.
Em sarças ardentes, a vida se desenha. Bruta. Grotesca. E há beleza nas nesgas de sangue que gotejam dos dentes quebrados dos homens. E das mulheres. Esses bichos são romànticos. Nascem com a estrela de deus no meio da testa.
À noite, o fardo toma forma e traz risos nos lábios dos trabalhadores explorados. Explorados pela lida, explorados pelos ombros dos outros iguais aos seus. Gozam em ser cabrestados.
E os vermes se alimentam das carnes de Antonio, cavando orifícios, túneis que levam à s vias. Dos fatos.
A vida se faz de fatos. Ninguém percebe isso?
É o fardo formato gritando no ensaio dos primeiros passos.
No jardim de lápides o fardo fátuo se alastra para si mesmo.
A realidade menstrua, se veste de noiva, se acasala, concubina.
A fantasia brilha na tiara sagrada.
E toda a vida veste calçolas primaveris, delirando estar nos braços de deus quando a morte servir de consolo.
A morte não é a coisa que vocês escrevem nas tabuletas mercantis.
É o fardo formato fátuo em suas pernas de ossos que seguem existência adentro. Esses estão falando em suas vozes silenciosas. As vezes, Madalena escuta.