"Flamegante...
o ar quente parecia sufocar o pobre cão.. e num certo momento ele parou e pensou: Qual a sua utilidade diante disso? Não obteve resposta... Olhou em volta e sentiu que a imensidão o contagiava, mas não a desejava. Queria apenas ficar ali, sentar-se e descansar. No entanto, continuou e prosseguiu. Olhou em volta e defrontou-se, de repente, com algo que poderia ser chamado de fracasso... Não qualquer fracasso. Aquele era o seu fracasso. Sentiu então um grande ódio. Um ódio demente, um ódio ardente. E com raiva, muita raiva, gritou. Será que pensou que aquele grito inútil poderia trazer-lhe algo de bom?? Como tinha sido idiota... Completo tolo... Ingênuo. Infeliz cantor. Escutou uma doce música. Ela não dizia nada. Era apenas uma sonoridade fraca, lenta... Pouco a pouco a melodia foi contagiando-lhe e ele sentiu que ela tornou-se mais forte! O que era isso? A música continuava com a mesma nota, mas agora, para os seus ouvidos ela era mais forte. E parecia trazer tanta dor. Parecia com a areia rala que escapava-lhe das mãos. E os gritos tornavam-se mais fortes... A voz dizia algo incompreensível. E ele começou a cantar... Seguiu os cantores com face triste e rosto sereno. No meio de infinitos detalhes ele se sobressaiu e então tudo se silencia... Pq? Ora, agora ele era superior... maior que qualquer som, maior que qualquer ser. Tão superior, que seria inútil que qualquer pessoa lhe dissesse o que fazer ou como fazer!! E delirante ele cambaleou, chocou-se a mais simples sutileza do cenário que lhe rodeava e caiu inerte... Inerte como uma folha seca, inerte como um pobre cadáver sem um berço certo."