Usina de Letras
Usina de Letras
19 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63228 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10679)
Erótico (13592)
Frases (51747)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4946)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141307)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Segredos -- 30/07/2003 - 21:07 (Luciene Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Segredos

Vem assim num virar de sol p rá lua. E de tantos. E de tantas. E de todos os lugares pelos quais meus pés me levaram insones. E vago entre o que poderia ter sido, entre o que desejei, entre o que não dependia de mim. E simplesmente não aconteceu. Quando a doce violência das ondas se quebra nos rochedos altos que logo ficam baixos, lambidos pelas águas difusas, também percebo um pedaço de mim. E até de mim percebo sombra. Marulhos. Sussurros. Pedidos de socorro. Ninguém nas ruas escuras em que me encontro. De mim mesma saudosa. E meus ancestrais colocam-se às minhas costas dizendo de suas visões idas. Inevitável o correr da vida.
Vem assim com o filho que não tive. E com o beijo que não dei. Também com os que dei. Desfiando-se ao som externamente inaudível de minha mãe a meus arrulhos de infante. E do gesto de minha professora ante a flor do jardim. Ainda um botão. Não sei se foi bela. Abriu-se longe de mim. Não tínhamos tempo para aguardar uma à outra.
O catre de meu pai saiu pelos braços dos pescadores da vila. Joaninha morreu, também, e em dores. Atrozes. Heroina. Guerreira. Savério não mais voltou ao bairro. E seu sobrinho, Deter Richard da Silva, quedou-se. Abatido numa esquina. Graziela amou tanto que se perdeu de amor. E seu sapato de cristal ficou ali entregue à poeira dos dias. Também chega-me o som dos microfones. Pastores. Políticos. Passeatas. Um mundo de línguas de pês. Pobre Paraíso Perdido no Plátano dos Enlouquecidos. Você errou! Outra vez! O destino de todos é a queda. Não adianta a mudança da letra. E o que tenho agora é um rosário. Mas esqueci, Aves. Marias. Por isso, vem assim num virar de sol p rá lua. Uma saudade fininha. De cruzes, credos. E segredos. Tontos.

L.Lima
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui