Meus olhos doem. Ele vai me telefonar de novo, e eu vou fingir que nada aconteceu, vestir uma roupa nova e não me apaixonar. Eu, a rainha das coisas arrebatadoras, eternamente louca por tudo o que é súbito e intenso. Alguém precisa dizer a ele que eu sou essa.
Ele se lembra de mim ouvindo Rita Lee. Mas ele esquece de que nossa versão de "Prisioneira do amor" poderia ser diferente:
"Cafonas fueram los beços que no me distes
...Para aproximar-te da lembrança
eu não verei mais televisão
Cafona fui eu por não me escravizar
E por a teus caprichos não me render
Cafona permaneço mais do que nunca
Pois agora estou doida a te querer
O abajour
Os discos de bolero são tão tristes
Na natureza morta que não me destes
O abacaxi parece ter vida
Meu coração
Sangrando de tristeza e saudade
Se tu não voltares eu não te esqueço
Pois sem ti não há felicidade."