Desejava magoar-lhe tanto o coração que o fizesse chorar outra vez. Que as lágrimas vertidas fossem outras, entretanto, fossem por perceber que os beijos que não aconteceram não aconteceriam jamais, nem por interferência do Divino.
Queria rasgar-lhe visceralmente, deixar-lhe marcas profundas de abandono e de dor, fazer com que seu perfume lhe atormentasse o juízo. Tudo isto porque ele a havia ferido, e quando ela se fere, não há perdão: quem a machucou deve ser machucado de volta. Dois minutos depois de sorrir perto dela, ele se entristeceu por outra. Aquela outra roubaria-lhe o amor, o homem que ela desejava para fazer mais carinhos do que já fazia. Ele não merecia, era apenas mais um diabo na vida dela. Ela não conseguia acreditar, então escrevia para ver se, entre uma linha e outra, seu coração se desencantava por ele.