Após sofrer meningite, durmo muito, até durante o dia algumas vezes; nos sonhos sou um menino e estou sempre no local onde nasci ou em um lugar desconhecido, não um lugar que eu tenha vontade de conhecer, mas um lugar que não sei onde é. Mas no dia 18 de novembro de 2003, foi diferente.
Diferentemente dos outros dias, no dia 18/11/2003, deu a meia-noite e eu ainda não havia conseguido dormir. Saí da cama, fui assistir a TV, tudo estava muito desagradável. Peguei uma folha de papel tamanho ofício 2 e escrevi até encher os dois lados. Continuava sem sono. Liguei o computador e digitei tudo que havia escrito. Como ainda não seria capaz de dormir, abri a página do Jornal da Globo e li uma porção de notícias, das quais não tenho qualquer recordação, mas consegui o efeito desejado: apareceu o sono.
Deitei no sofá, e imediatamente, parece-me que ainda estava acordado, vi-me sentado no sofá, e, assentada na minha frente, estava uma moça que trabalhava em uma autarquia estadual, onde eu ia muito no exercício da minha função pública, com quem conversava frequentemente. Ela, no sonho, me perguntava por que eu tinha desaparecido, não passando mais no local de trabalho dela. Eu tentava lhe explicar, mas não conseguia lembrar o que lhe dizer.
Contrariamente aos outros dias, em que, quando lembro, lembro alguns dos últimos sonhos, nesse dia o primeiro sonho estava na minha memória, embora com pouca nitidez.
Acordado, eu vim a lembrar que a referida jovem havia saído da autarquia antes de eu sofrer a meningite, e eu não mais voltei a vê-la.
Esse sonho foi, após a meningite, o primeiro em que eu não me sentia um menino e estava no lugar onde resido.
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