Ela precisa dele assim como eu preciso. Sei que ela ganha na prova de títulos com facilidade, sou pouco ainda em sua vida. Poucos dias e parece tanto tempo, gastamos as horas sem pensar. Pergunto-lhe se prefere o presente feliz ou o passado triste e feliz, e ele responde "passado", machucando meu coração inconscientemente. Depois conserta, acendendo a esperança em mim, "presente com cara de passado". Serei eu?
Então meus olhos vazam quando não quero, peço para ele me explicar enquanto ele acredita que está apenas me ajudando a escrever uma crónica. Bobinho. Nem percebe que está me ajudando ou me privando de respirar, então diz, sem pestanejar, que sou presente com cara de passado. Eu nem falei em mim, mas ele adivinha. Não sei se por eu ser tão óbvia com ele ou por estarmos juntos sem saber, ele sabe de meu coração. Mas não deve saber de tudo, porque tudo nem eu sei. Ou será que sabe?