Usina de Letras
Usina de Letras
35 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63682 )
Cartas ( 21372)
Contos (13316)
Cordel (10369)
Crônicas (22593)
Discursos (3253)
Ensaios - (10818)
Erótico (13604)
Frases (52133)
Humor (20224)
Infantil (5676)
Infanto Juvenil (5035)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1388)
Poesias (141132)
Redação (3384)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2446)
Textos Jurídicos (1980)
Textos Religiosos/Sermões (6422)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->p(r)o(f)ETa -- 06/12/2003 - 11:37 (Valéria Tarelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
p(r)o(f)ETa


Apaixonei-me por um tipo estranho. À primeira vista, parece humano, mas, embora a similitude, existem grandes diferenças. Imperceptíveis, visíveis, apenas, a olhos de Lua grávida, como os meus.

A cabeça da criatura, flutua a um palmo do tronco. No alto, onde seriam os cabelos, paira uma névoa de interrogações e exclamações. Reticências e et ceteras, ocasionalmente, quando resolve mudar o estilo. No lado direito da face, há uma lágrima perene - de sangue. No esquerdo, um sorriso a meia-boca, externiza uma gama de sentimentos: da felicidade plena, ao riso contrafeito. Os pés de meu amado parecem não tocar o chão, dando-lhe a impressão de levitar. Tem mãos delicadas - de pluma - e asas nas pontas dos dedos - em todos os três. Possui seis sentidos. O sexto, é complemento dos demais; assim: enxerga, ouve, toca, sente, pressente...além de nossa capacidade, de pobres mortais. Sua alma geme plangente. Nessa espécie diferente, mesmo os machos, geram filhos. O período de gestação é indefinido. Pode ser longo, ou breve. Pode ser um parto doloroso, ou indolor. E sempre natural, mesmo quando induzido, ou a fórceps. Também podem ser multíparos.

Tipo esquisito! Teàndrico. Ou de algum outro planeta. Ou ambos. O certo é que, por ele, caí de encantos. Cupido, certeiro - e arteiro -, atirou-me a seta de ponta dourada. Acertou-me em cheio. Apaixonada - diria até enfeitiçada -, vejo beleza na estranheza (que só a meus olhos aluados, ele expõe).

Não sei se obra do acaso, ou, se escrito nas estrelas, aquele ser fez de mim sua eleita. A predileta. E revelou-me seu segredo numa sexta-feira de Lua plena: o lugar de onde veio chama-se Poesia. Habitado por poetas - seres tão estranhos quanto.

Valéria Tarelho


http://www.valeriatarelho.blogger.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui