- Baby, eu gosto muito de você e fico louco quando a gente fica.
Ela nem sabia direito o que aquelas palavras juntas significavam, só sabia que seria óbvio para os outros, mas nunca para ela. Tantos beijos ao som de Chet Baker que perdera a conta. E no meio das pessoas.
- As pessoas devem olhar para a gente e dizer: "Olha só, a menina com a mão na bunda do cara".
-Eu tó com a mão em sua bunda? Desculpa, não percebi.
Era um romance meio maluco, estava certo. Mas era perfeito. Ele dizia-lhe para olhar a lua cheia, era a lua dos amantes, ela o sabia. E no escuro do cinema eles se beijavam com sofreguidão, era saudade, uma saudade de muito tempo antes, quando ainda não se conheciam. Seus beijos eram longos, e de repente, pouco importava se o filme já havia acabado. Tudo era feliz quando estavam juntos.
Largaria tudo para encontrá-lo em meio a Barbies e bichos de pelúcia. E se perfumaria inteira para que ele cheirasse seu pescoço e respirasse fundo, como sempre. Na despedida, faria uma cara estranha de quem não quer se deixar ir embora. Ela deixava seu coração com ele. Lindo. Mesmo que parecesse pouco, era muito para ela. Mas nunca seria demais.