Na verdade, eu não mais esperava encontrar Juan Sotto, pois ele sumiu, não deixou rastros e mergulhou num anonimato sem tamanho.
Nos descaminhos deste mundo, por conseguinte, eu sabia que era muito difícil reencontrar o personagem contraditório e intrigante com quem mantive longos bate-papos sobre os mais variados assuntos.
Pois bem, seguia despreocupado pela Kendall Drive, em Miami, quando ouvi o som estridente de uma buzina. Procurei, no retrovisor da Expedition, descobrir a causa de tanto barulho. Preocupei-me até de ser o motivo, por alguma imperícia, de tanta impaciência daquele motorista. Então, na imagem do espelho, vi a figura inconfundível de Juan Sotto.
O internacional pediu-me que estacionasse. Paramos no estacionamento da Sound Advice e ali, sob um carvalho, conversamos sobre o Brasil, os Estados Unidos e o Chile, onde o nosso amigo está morando agora, cultivando tulipas e rosas para exportação.
Fiquei perplexo e pensei: as pessoas polêmicas possuem um encanto todo especial, como pode alguém com as caraterísticas de Juan Sotto, estabelecer-se numa atividade tão delicada e de rersultados tão bonitos?
É a gente pensa, mas na verdade, jamais conhece profundamente as pessoas.