Vagando nos bares, quartos de hotéis, cinemas,
clubes, restaurantes, supermercados de 24 horas,
ou apenas andando pelas ruas, sempre encontro alguém com olhar perdido, gestos mecànicos, sem rumo, andando por andar.
Ou será um reflexo no meu espelho?
É o solitário buscando emoções individuais, entediados que estão com o dia a dia. Andam, revendo conceitos, propondo-se outros.
Todo lugar é igual para quem está só: rua, cama, bar, São Paulo, México, Nova Iorque, Campo Grande... Se está só... Ponto.
Só a riqueza interior muda essa tristeza de estar só... e, imagino um poema para finalizar este simulacro de crónica:
ESTAR SÓ
O ar é rarefeito.
Não há mais onde ir.
Estar a sós...
Este é um sentimento forte,
mais forte que tudo e todos.
Quando havia apenas esperança
de um sonho a realizar
havia motivo para seguir...
Mas chega o final
e a solidão me encontra
surda, cega, cansada demais,
de saco tão cheio,
que não vejo nada aproveitável...
A respiração fica difícil
tudo esta calcinado,
congelado no tempo,
poeira cósmica perdida no espaço,
palhaça, não aprendo
a abraçar a solidão de se
estar a sós!
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Delasnieve Daspet
19-03-04 16,00 hs
Campo Grande MS