Um dia saí na chuva para tentar esquecer os meus problemas, buscar uma solução que não sabia se encontraria. Não tinha nada relacionado à saúde, estava bem fisicamente. Meus problemas são aqueles que, nos dias atuais, atingem milhões de pessoas: desemprego, falta de grana, a vida se movendo e você não podendo fazer nada.
Mas aquela tarde, depois de um sol escaldante, choveu. E eu fui à busca de um banho de limpeza, tentando renovar uma esperança. A chuva estava geladinha, contrastando com o sol ardente. Uma deliciosa sensação. Parece que voltei aos momentos em que era criança, onde as tempestades se tornavam banho de mangueira.
E é claro que sol e chuva não poderiam dar outra coisa senão um belo arco-íris. Senti que naquele dia caminhei por cada cor daquele fenómeno natural; buscava em cada cor um sentimento diferente: amor, felicidade, paz, alegria, tudo de mais puro que os céus pudessem me dar. Daí lembrei-me das coisas boas que já possuo: um amor verdadeiro, uma bela família e amigos.
Meu amor é a coisa mais linda que já conheci. Atencioso, carinhoso, amoroso, atraente, `caliente´, que cuida de mim como se fosse uma jóia rara. Minha família é fundamental. Companheira, compreensiva, unida. Meus amigos são os complementos. Pessoas com quem me divirto e compartilho minhas alegrias e tristezas.
E foi neste instante que pensei que posso me juntar e me apegar nas coisas mais simples da vida, que estão ao meu redor, todo o dia, a todo o momento. E foi a chuva que me fez perceber tudo isso. Por isso que quando chove, eu penso que ela está levando um pouquinho das minhas angústias e torço para que um novo arco-íris apareça no meu caminho para buscar os mais puros sentimentos deste mundo.