Os bingos reabriram por decisão do Senado Federal que derrubou a medida provisória dos bingos. E esta modificação me fez lembrar que eu não ganho nem em bingo de igreja, muito menos em casa de jogos!
Bingo não é comigo. Sou o pé-frio! A boa está quase vindo, passa raspando, tenho certeza que vou ganhar e... Alguém grita na minha frente: bingo! Lá se foi mais uma cartela sem vencer.
Recentemente, uma amiga resolveu comemorar seu aniversário numa entidade que espírita que ajuda velhinhos, onde ela sempre colabora. Era uma "pizzada" para arrecadar fundos - coisa que é feita uma vez por mês. E claro que não poderia faltar o famoso bingo. Os prêmios não eram milhões de reais e nem carros, afinal não se pode querer muito, mas a brincadeira era super divertida.
Como era perto da Páscoa, os prêmios eram colomba pascal, vinhos, ovos de chocolate, um quadrinho de lavabo, uma cesta cheia de mantimentos e o prêmio em dinheiro. Pena que o dinheiro não dava nem pra comprar um ovinho pequeno: só 10 reais!
Como todo mundo tem seu momento de glória, eu tive o meu. Gritei bingo. Ah! Que felicidade! Iria levar para casa uma colomba pascal. Achei que meu café da manhã do dia seguinte estava pronto. Aquele panetone incrementado, com um café preto seria o ideal. Esse era o problema: seria ideal. Doce ilusão a minha levar aquela guloseima para casa! Uma garota fez a linha junto comigo. E na disputa da bola maior, óbvio que eu perdi.
Pensamento positivo tenta fazer milagres no momento. Continuei jogando. Meu namorado pegou uma cartela boa. Era o melhor prêmio da noite: a cesta recheada de mantimentos. Ele e mais três gritaram bingo. Ai, Deus, a tal história da bola maior de novo! Eu sentada na mesa vi a cara dele e pressenti que o número era alto. A cesta era nossa! Mas a sorte foi dar uma voltinha com a pessoa ao lado dele. Sintam o drama: ele pegou o número 61; a menina, 64.
Bingo é sempre assim. Você sai frustrado. Gasta dinheiro e volta para casa de mão abanando. Recordo-me que até já ganhei em bingo, na época de colégio cheguei ganhar uma garrafa de vinho, mas não é sempre que a sorte me acompanha.
Agora, eu fico pensando como é que as pessoas que frequentam bingo e saem de lá sem nada, fazem questão de voltar no dia seguinte? Tentar mudar o rumo da sorte? Pensamento mais positivo que da outra vez? Pode ser. Mas só de imaginar que eu posso sair de lá gastando mais que no dia anterior e sem um premiozinho, prefiro outro programa.
Pois é. Os bingos estão aí lutando para manter pessoas empregadas e até para manter a alegria das tias e tios aficionados pelas bolinhas numeradas e cartelas. Acho que eles até devem permanecer, afinal ninguém vai dar emprego para estas pessoas mesmo! Se eles ficarão abertos ou fechados eu não sei, mas a brincadeira é bem divertida. E não vou lhe enganar não: se eu for a alguma festa beneficente, de escola, ou qualquer lugar que tenha bingo, certamente vou arriscar pelo menos uma cartela.