À conhecida voz interior dizendo "você tem razão de se irritar, pode mostrar toda sua braveza porque se justifica", vinha outra: "let it be", "hang loose", deixa pra lá, nem esquente. Nenhuma me satisfazia, nem um lado e nem o outro. Uma me pedia para repetir um padrão machista e prepotente do passado que há tempos não mais me interessava. Outra me pedia para ser um santo do nível de Francisco de Assis, desapegado do concreto. Até que o sussurro do "transcenda, filho, transcenda" começou a ficar mais claro, enquanto eu lia uma mensagem de paz profunda. É isso! O transcenda é o transdisciplinar neste caso. Você não queria um exemplo disso? Você seria capaz desse tipo de atitude?, insistia a suave voz interior. Suba, galgue outros níveis, mostre que você incorporou os ensinamentos e não apenas leu, estudou e sabe falar deles. E assim foi o final daquela magnífica tarde onde o sol, que havia sumido por muitos dias, voltou a brilhar e encantar com seus raios dispersos o universo que se preparava para uma Lua Cheia eclipsada no início de Touro. Uma Lua que retém o que é bom, iluminada por um Sol transcendente e profundamente curador de Escorpião. Foi o seu poderoso brilho que me trouxe a possibilidade do trans. Quem soube disso além de meu anjo da guarda?