Escalei todas aquelas montanhas, percorri os picos, desci aos vales, vi claridades e sombras, senti odores exóticos, calquei nos pés serpentes e aranhas peçonhentas.
Revi horizontes amplos, olhei o sol de bem mais perto ali daquele teto do mundo.
Andei e andei até o cansaço chegar e tornar o sono uma bênção indispensável, dormindo sob cobertas improvisadas.
Colhi flores e ervas raras, trouxe o perfume de todas elas impregnado nas minhas mãos.
Conversei despreocupadamente sobre os famosos "miolos de pote", o bate-papo gostoso sequenciado por um dolce far niente.
Cruzei mares, venci distàncias inenarráveis.
Velejei em lagos serenos, silenciosos, acalmadores.
Fiz tudo isto e muito mais que nem ouso contar e, depois de tudo, apesar de tudo, voltei para ficar, aqui é o meu lugar, pois comparado a tudo que vi e que fiz, nada se iguala ao meu chào, onde minha mãe, um belo dia da minha infància, bem próximo ao lugar onde hoje moro, arremessou ao mar o meu umbigo.