No ar, vinda do mar, uma canção de marujos ou de pescadores perdidos nos naufrágios de velhas embarcações.
O canto-lamento das viúvas esperando em vão na beira da praia.
A solidão entranhada no lusco-fusco, na penumbra, nas noites pálidas de luar, quando a gente só pode vislumbrar o que ressai do breu.
A saudade dorida que machuca o peito, feito uma dor crónica, uma doença que não tem cura.
E este quadro gris, soturno, desgracioso, toma conta dos sentimentos, desgoverna as emoções,deixa as pessoas nervosas, angustiadas, melancólicas, despreparadas.
A noite tem mistérios assim, pega você desprevinido, sobressaltado, olhando as coisas e sem poder defini-las, esperando apenas o alvorecer, se é que realmente vai alvorecer.