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cronicas-->A VIDA NÃO ME ENSINOU A... -- 18/08/2005 - 16:00 (Glácia Daibert) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A vida não me ensinou a...


Dizer adeus às pessoas que amo.
Sorrir às pessoas que não gostam de mim.
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade.
Aceitar gratuitamente agressões que não levam a nada
nem a lugar algum.
Calar-me frente à violência de qualquer tipo.
Aceitar meus erros como algo inerente ao ser humano.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A aceitar as injustiças quando tudo que fazemos
é só tentar ajudar as pessoas.
Sorrir quando o que mais desejo é gritar
todas as minhas dores para o mundo.
Ficar inerte quando os que amo estão com problemas.

Ser hipócrita;

Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim
depósito de suas frustrações e desafetos.

Ficar em cima do muro.

Fechar meus olhos às injustiças;
Ser imune à dor de um irmão, de um amor, de um amigo.
Perdoar incondicionalmente, mas sempre procurar perdoar.
Amar incondicionalmente.
Tudo isso a vida não me ensinou,
ou, tentou ensinar-me, mas meus ouvidos estavam surdos
e só ouviram algumas coisas.

Porém a vida ensinou-me e colocou em meu caminho:
Algum amor;
Alguma alegria;
Algumas belezas;
Um pouco de poesia.
Ensinou-me a, algumas vezes, perdoar.
Outras, a pedir perdão.
Ensinou-me a sonhar acordada
(e, isso, eu aprendi facilmente).
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário).
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar.
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las.
A ver o encanto do pór-do-sol.
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando
para preservar tudo o que é importante
para a felicidade do meu ser.
A abrir minhas janelas para o amor;
a não temer o futuro;
a aproveitar o presente como um presente que da vida recebi,
e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar
lhe dando a forma da maneira que eu escolher.

E é dessa forma que tento viver e levar a minha vida
para frente, embora, às vezes, eu tropece,
como qualquer ser humano, normal,
afinal faz parte da edificação, do crescimento!

GLÁCIA DAIBERT






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