FERREIRA DE CASTRO = A SELVA...

... Logo que relacionamos e deveras constatamos que a selva não é esta...

... Mas sim esta...

... A selva dos presumidos entes superiores, ungidos por Deus e constituidos à sua imagem, ficamos um tanto e quanto perplexos, interrogando-nos: - Mas, isto é mesmo a sério, isto é comigo?...

É, infelizmente é, e não há solução moderadamente aprazível que resolva o problema equacionado entre a incrível confusão de pirilaus e de pombinhas, uns, armados em leões fura-paredes, e outras, patinhando no charco à guisa de panteras negras. Pior: estamos na época de leões que voltam o rabo uns para os outros, e de panteras idem-idem-aspas, de cabeça enfiada entre as patas traseiras das parceiras. Lindo-lindo!... E, gravíssimo, sem espécie alguma de perdão: até as crianças vão no chorrilho.

Ora, quando é que Deus decidirá meter a selva em seu devido lugar? Como fará?

Nos meus belos tempos de jovem já ouvia dizer que o homem só descansaria quando desse à luz um filho, como Deus, para ter a certeza absoluta de que era seu. Por entre as frinchas do silêncio político, afirmava-se que Salazar daria 100 contos-de-rei, à época uma fortuna, ao primeiro que aparecesse de barriga cheia e parisse um filho.

E, meus caros LL, se o desiderato das sucessivas desgraças bélicas for tão só uma sub reptícia estratégia que proposita a eliminação de uns largos milhões de humanos, cuja amontoação comece a tornar-se insuportavelmente perigosa?

Ao redor de Lisboa, a selva está a pór-se deveras densa, tremendamente sem ar...

E fico-me por aqui, no desabafo mental de me imaginar Tarzan, colocar as mãos em concha à volta da boca e começar a gritar muito alto: FODA-SE... FODA-SE... FODA-SE... Até a cambada de ajuizados pegar em mim e, se não me lincharem, meterem-me num manicómio a gritar sozinho para as paredes: FODA-SE... FODA-SE... FODA-SE...

Vá, se ainda não leram, leiam "A Selva" de Ferreira de Castro.