Convidado para um aniversário nos arredores de Brasília, no cair da noite, tive oportunidade de surpreender, no meio de uns arbustos, um vagalume.
A luzinha azulada apagava e acendia na meia escuridão do lusco-fusco. E eu fiquei olhando demoradamente, esquecido quase do propósito da minha pequena viagem, imaginando que, na vida das pessoas, pelo menos de algumas delas, não existe chama alguma para iluminar a escuridão das suas noites, as sombras tenebrosas de suas existências eivadas de obscuridades, mediocridades, inutilidades. Outras, como os pirilampos, nem que seja uma luzinha tênue e azulada, espalham ao seu redor uma réstia de luz, possuem luz própria, riscam o véu escuro da noite com um pouco de claridade, o que já é alguma coisa...