Neste país todo mundo é rei...
Todo estrangeiro é bacana...
Sinto-me envergonhada,
e cabisbaixa...
Quando percebo ao meu redor,
trocentos nordestinos,
calados,
emudecidos.
E a vergonha que comanda a nação,
calam às bocas.
Ai,
vem um Severino:
um matuto,
um bruto,
um desengonçado...
Quando o Nordeste veio para São Paulo,
construía, prédios e arranha céus...
nunca saíram dos escombros,
dos entulhos,
e da poeira...
Até que,
um dia um deles resolveu torna-se um presidente...
E a farra?
Uma manada estrada afora...
Rumo ao planalto,
pensaram que fosse fazer a festa,
e o fizeram!
Com fogos de artificio,
muita farinha e carne assada.
Limitei-me aos resumos coerentes,
os de sempre...
Sem nunca tocar neste partido...
Esperar que,
minha duvida não tivesse razão...
Eu poderia ter dito,
ou escrito,
O que sempre tive certeza...
Que este partido não prestava!
E que ele no poder,
ia ser um desastre!
Não é possível!
Que o presidente não soubesse de nada...
A menos que ele fosse um demente...
Será que foi porisso que o colocaram lá?
Por ser um distraído?
Um equivocado?
Como pode ele não ter desconfiar de nada.
Ou ao menos pensar,
de onde vem tanto dinheiro?
Como é que cheguei lá,
aqui?
Agora,
o protegem como se nada tivesse acontecido.
Como se ele fosse de outro planeta...
Só se ele é,
ou tenha se tornado um boneco.
Sem noção,
sem personalidade!
Apenas sabe,
ou aprendeu a falar...
Melhor ainda,
cuspir às palavras.