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cronicas-->CONVERSAS COM GIL II -- 15/10/2005 - 21:04 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A mecanização do humano. Diz-se olá pra um cara na Austrália, mas passa de cabeça baixa no corredor ao cruzar com o vizinho. Na Internet abre-se o jogo, dizendo como se é psicológica e fisicamente pra um(a) estranho(a), mas nega dizer á mãe aonde vai como forma mimada de revolta juvenil. A mecanização do humano tipo start de manhã, off a noite e uns deletes durante a tarde. O gemido da namorada é metálico ao acionar accion pelo enter da máquina. No arquivo do computador milhares de fotos de garotas nuas, mas nega-se envergonhado em dizer á menininha que senta ao seu lado na sala de aula que ela é linda. Coitado dos meus filhos que verão a Serra de Itapetinga em fotos, claro, tiradas digitalmente e tratadas no fotoshop no computador.

A máquina veio pra alongar nossas pernas, tirar as forças do braço, encurtar distàncias, mas também veio pra calar a palavra, impossibilitar o afago, inibir a criatividade natural. A máquina, amiga e inimiga nos tornaram segunda opção, mesmo precisando de algum ser humano para ligá-la e/ou controlá-la. O preço disso tudo é a desumanização do homem em decorrência da maquinalização de nós mesmos. Pra quê falar se existe e-mail? Pra quê conviver se as aventuras do vídeo game são mais emocionantes que a própria vida real? Pra quê namorar no parque se os sites nos possibilitam "transar" com mulheres quase inumanas? Pra quê conviver se pela net temos amigos no mundo inteiro, feitos de mentiras por não ter que olhar nos olhos, mas confortáveis por não haver problemas a se resolver? A vida depois da máquina nos desuniu, nos afastou mesmo aparentemente nos aproximando. Mas essa aproximação é falsa, é irreal, virtual, quase não humana. Pobre da literatura, das conversas de botequim, da filosofia tipo grega em praça pública, dos abraços bêbados e lágrimas de emoção. Hoje as lágrimas são de lamento, de solidão, de vazio que brota em msns, e-mails, salas de bate papo, etc...

O que serão dos meus filhos nesse mundo desumano? Será que como os filhos de hoje, os meus só terão olhos ás cores psicodélicas e atrativas da TV, vídeo game, celular com milhões de funções acima do de falar eu te amo pra alguém que se ama pelo telefone? Tenho medo do amanhã. E acredito que seremos engolidos pela evolução maquinicista criando monstros incontroláveis.

É obvio que a revolução industrial e da máquina trouxe alento, tempo, evolução, mas é obvio também que trouxe miséria emocional, de contato humano, distanciamento pessoal, de isolamento figurado. Digo aqui figurado porque hoje ter amigos pelos chats que pipocam por aí é uma forma de se enganar, e o estúpido juvenil hacker mirim acredita nessa nova forma contemporànea de sociedade; ela, cega, invisível e anti-social. Mas pra quê contato se do meu quarto contacto o mundo? Aí nascem robozinhos enferrujados quando estes têm de trocar coisas com outros robozinhos enferrujados.

Cadê a bola de capotão? Desenhos do Tom e Jerry? Bolinhas de gude, pipa, pé no chão, vida na rua, esconde-esconde? Foram todos trocados por hardwares e softwares que simulam a vida numa tela 20 de polegadas, com som alto no rádio, celular tirando foto, TV com desenhos de luta, e isolamento que a mãe encara com orgulho pelo filho ser fera no computador, mas mal sabe ela que o mesmo se sente acuado ao ver uma galinha.

Eita vida moderna, até quando te suportaremos? Ou até quando nos suportarás?



T.S.H.
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