Não sei como batizar este navio mas vou tentar descrevê-lo.Dia 19/05/2005 embarquei num navio muito especial. Ele aportou no porto de SAMPA e apresentava caracterísiticas muito especiais:sua tripulação era constituída sómente de mulheres, mulheres loiras, mulheres morenas, negras, pobres, ricas mas eram tantas que nem pude contar. Cada qual exercia sua função específica, mas nenhuma arreliava a outra, todas estavam alegres, felizes e descontraídas. Cantarolavam o hino do marinheiro. Lavavam o convés, limpavam os camarotes e cozinhavam para a tripulação. Todas estavam em harmonia, ninguém disputava posição porque este navio era gracioso, dengoso, alegre, musical, e, principalmente estável. Por onde este navio passava o mar ficava mais calmo, mais azul, mais transparente e o destino dêle era incerto, mas, não importava para aquela tripulação de mulheres pois elas estavam tão felizes que quanto mais longa fosse a viagem e, mais incerto o destino, mais tempo elas (mulheres)poderiam usufruir deste tempo incomensurável e infinito enquanto durasse o destino.Os ventos podiam soprar de leste , de sudeste, ou, de nordeste, não importava. No silêncio da noite só o sussurar da à gua embalando sonhos, sonhos com fantasias eróticas, sonhos quais fantasias de crianças, sonhos como esperanças da juventude e muitos outros sonhos.Algumas não somhavam de noite, sonhavam de dia.Não importavam as horas que passavam trabalhando porque era muito prazeiroso trabalhar neste navio. Ninguém era remunerada com dinheiro, o valor de troca era outro. A felicidade em troca do trabalho. A tripulação deste navio não usava maquiagem porque ninguém disputava um lugar. Todas tinham funções diferenciadas e próprias.Nunca a tripulação sabia qual seria o próximo Porto a atracar.Mas, não importava, certamente mais uma tripulante iria se juntar e assim somava-se alegrias, em vez de dividi-las. Este navio tinha um comandante especial que sabia dar ordens e assim ser obedecido e respeitado.O comandante deste navio era o agente desta harmonia, desta felicidade que a tripulação tanto usufruía. Mas num dia nefasto entrou no Porto do Rio de Janeiro uma tripulante que queria o comandante só para ela. Tal foi a sua insanidade de possuí-lo que aos poucos a harmonia desapareceu e este navio teve que seguir o curso sem qualquer elo entre um comandante e uma tripulante. Com certeza a felicidade deste comandante terminou.