AS enfermeiras empurraram a maca rampa acima, rumo à maternidade, levando ali minha esposa, com nosso segundo filho a nascer.
Era madrugada do dia 23 de fevereiro de 1994. Fiquei aos pés da rampa com "o coração na mão".
Gritos eram ouvidos vindos daquela ala e, nas horas que se seguiram (que mais pareceram séculos), busquei, aguçadamente, identificar algum que fosse familiar. Em vão.
Recrudesceu minha agonia.
Sempre que a interpelava a enfermeira dizia-me que corria tudo bem, mas que a criança ainda não nascera.
A pequena sala de espera não me comportava mais.
Saí a perambular pelos corredores gélidos e tétricos do hospital. O tempo parecia parado.
Nasceu, disse-me a enfermeira, enfadonhamente. Alegria... Paz...
Já no quarto, pude vê-las. Lindas!
Fui para casa sorvendo gulosamente o oxigênio puro do amanhecer, enquanto andava.