É assim que escorre a vida: estive longe do Brasil, revi meu caçula, matei as saudades, vi lugares novos, andei ligeiramente adoentado, mas agora, firme e forte, estou de volta ao meu país e à minha gente, dispostos a tocar o barco para a frente. com o motor de proa ligado, olhando para a frente, pois assim é que a se marcha nesta porfia.
E bem não me sinto de volta, e já estou de antenas ligadas, olhando os desfiles do cotidiano: quase meio-dia, cruzamento de duas avenidas movimentada um grupo de crianças de reúne rapidamente para aproveitar o sinal fechado, erguem ao topo de uma improvisada piràmide uma menina raqítica, lourinha, que procura com certa desenvoltura, equilibrar-se sobre os ombros dos companheiros e, a um só tempo, fazer uma pequena exibição de malabarismo para ver se atrai a atenção dos motoristas apressados para ganhar umas moedas.
E eu fico desejando que alguém tenha trocados, já que eu não os tenha no momento, para pagar os vaidosos artistas de rua desta minha desumana cidade.
Mas, o sinal abre, nem bedm o espetáculo terminara e ninguém se dá ao trabalho de arremessar uma única moeda...Bem, fica para o próximo sinal fechado...e eu já não estarei ali para torcer por eles.