Era quase noite, como se dizia, a boquinha da noite. Mas, no horizonte, brigando com as últimas manifestações do sol poente, uma promessa de luar já se manifestava.
Ela estava sob o caramanchão, empunhando um ramo de flores do campo, sorria para ele que, deslumbrado, imaginava versos e rimas para mima-la.
Parecia um romance sem fim, uma noite de encantos, uma festa de sentimentos.
E, no entanto, por uma bobagem inexplicável, brigaram, discutiram feio, trocaram ofensas e o inevitável aconteceu: cada qual seguiou seu caminho.
Mas, na alma dos dois, impregnada, ficou uma saudade engastada, crónica, angustiante.
Casaram, mais adiante, com pessoas que estavam fora da moldura daquela noite iniciante e, para não me alongar na estória, foram infelizes para o resto de suas vidas.