| | Em Portugal, ao dealbar do terceiro milénio depois da última e segunda ressurreição, Ana Malhoa, cantora pimba com alardes de "vai-a-todos", é o símbolo sexual feminino dos machões de esguelha que se têm por espertos, uma cambada que tão-só representa o cúmulo da imbecilidade machista, extremo ridículo de um depauperado país (des)governado por "socialistas-capitalistas". Filha de peixe da traulitação cantigueira, não falta quem a traga no telemóvel a tocar gaita de foles com o fecho da dignidade, um primor de música para olhos-ceguinhos e narizes-irracionais. Quiçá seja, como se tem por máxima rainha pornográfica da hodiernidade parola, a musa inspiradora e recordista imbatível do zigue-zague feito à mão.
Enquanto o papá bem à moda de Bill Cliton, grunhindo entusiasmado, convida as velhas e as novas fans a "rezar de joelhos", a Ana arranjou um persuasivo método de sacar largo: quem a quiser possuir no seu "tolomóvel" toda nuazinha, em diversas e muito sugestivas fotos, desembolsa 2 euros por cada pose. A milímetros do lançamento do telemóvel vibrantemente redondinho, a "grande artista" deseja montar uma piscina com toda a espécie de vibradores e vibrações.
Eu, que desde muito jovem almejo que o sexo fosse tratado e equitativamente considerado como os seus três incontornáveis parceiros de quarto - fome, sede e sono -, educado sob rigoroso e impositivo esmero para tomar uma condigna posição à mesa, pasmo em face do abrupto e conspurcado ambiente que em avalanche tomba e retomba sobre o colectivo portuga. Diacho, esqueci-me dos porcos... |