Usina de Letras
Usina de Letras
22 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63236 )
Cartas ( 21349)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10683)
Erótico (13592)
Frases (51761)
Humor (20179)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4949)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141311)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6356)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->JURÉIA -- 15/09/2006 - 14:16 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JURÉIA

José Eurípedes de Oliveira Ramos


Para fugir da tempestade, fundeamos numa baía pelos lados da Juréia. Acomodada a tormenta, nadamos para a praia. O mar ondeava calmo e vinha espraiar-se na enseada, sem arrebentação, lerdo, macio, deslizando suave sobre a areia prateada. À claridade que coava do esgarçado da névoa, pequeninos pontos de luz faiscavam no pragueado trêmulo da água inquieta.

Ao fundo, a Serra do Mar tomava o horizonte; toda coberta pela Mata Atlàntica, grandiosa e intocada, senhoreava a paisagem; descaía em furnas e elevações, até se desfazer na mansidão do areal. Marginava a pequena baia um promontório atrevido, braço esticado da serra, coberto de atormentada vegetação batida pelo vento, que avançava mar adentro, espumando na fralda o quebrar das ondas; e do outro lado, outro braço da serra com a mesma vegetação cerrada -arvoredo soberbo, compacto, braços estendidos para o alto, recobertos de musgo e abraçados pelo cipoal em serpe-- recobria um morro que findava na beira mar. Do alto da pedreira, a cortar caminho, a contornar barreiras, rolavam teimosas as águas do riacho que ladeava a elevação até o descansado do mar. Depois do promontório, à frente, bem mais adiante, os recifes barravam a sanha estrondosa do mar.

Aqui na praia, a luminosidade da areia que bordava a mata, era cálida ao olhar banhado pelo azulado frio do mar, o verde sereno das árvores, o cinza esmagador das pedras... Ainda baça pela névoa da noite, do sol ainda há pouco despertado a luz revivificava a natureza adormecida. Leve brisa agitava o tope das árvores e pelo ar passavam os sons e odores suaves da natureza renascente. Fragatas ensaiavam vóo lentamente, em busca das correntes que lhes sustentassem as asas preguiçosas, enquanto os pássaros pequenos iniciavam a faina diária, rápidos, medrosos, piando inquietos. Aos poucos, a luz desfez a bruma e nuvens leves pintaram de branco o céu lavado e sereno.

Aqui, nesse escondido recanto, o alheamento às "dores do mundo" de que falava o filósofo. Aqui o lugar ideal de descanso, o sossego dos deuses, o relaxamento do sono.

José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui