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cronicas-->Dor de Corno -- 03/10/2006 - 00:03 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por essa eu não esperava. Fui dar um passeio e encontrei minha musa agarrada em outros braços. Peguei um copo de vinho bem barato e de olho na megera engolí, daqueles que deixam borra no fundo e fazem os olhos marejar de ardido. O vento na cara reforçou minha vontade de terminar com tudo, minha musa nem aí, esperta e fagueira, a rebolar em outros braços, bem à minha frente, ao alcance de uma garrafada. Maldita, danada. Pensei que música de dor de cotovelo era para os outros, que nada. Cá estou eu, já com o segundo copo de vinho tinto barato a escorrer pelo canto de minha boca de pato mole, essa boca que um dia ela disse, bico gostoso. Pois sim! Lá está a safada, o outro a lhe passar a mão nas curvaturas, que toda mulher tem mas essa tem demais, porisso tantos olhos compridos, devia era ter conversado mais, vai saber o que fiz ou deixei de fazer? Bico de pato e manso, isso sim. Já peço outro, o garção me olha preocupado, eu ajeito o paletó e a gravata teima em ficar empinada, feito meu coração que nega fogo justo agora que mais preciso dar uma injeção de adrenalina. Morno! Por essa eu não esperava. Tantas juras de amor, tantos sonhos, tanta papagaiada, o que ela quer mesmo é isso, uma boa companhia, um bom adorno, uma bela vagabundagem, é no simples que a coisa se resolve, a gente é que complica, puta que pariu. Opa, já perdí a vergonha, agora também o vinho começa a surtir efeito e garanto, não é dos melhores que eu já tomei.A música me exaspera, por essa ninguém espera, essa dor de corno, essa quimera, tudo isto que se faz numa hora dessa, ah, me enoja. Por essa eu não esperava...Enquanto me lamento à beira da favela moral, a sirigaita já surripiou o sujeito,já lhe passou a mão na bunda, já deitou um beijo no pescoço(conheço a fera) e disse, entre dentes: No seu ap ou no meu? Ah, quantas noites de luxúria ela promete, quantos dedos em mãos escusas, quantas recusas depois, quanta labuta e anel, e eu, pato maldito, aqui me roendo enquanto que ela, no quarto do hotel, faz que nem o vinho barato: Grita no meu estómago e chuta minha cabeça. Maldita, venérea, pusilànime. Cafajesta. Garção, mais um. Não? Por quê? Conhece a mulher alí? Aquela, sim aquela, a que está meio de lado, com a cigarrilha pendurada.Aquela!! Eu que bebo e você que é cego? Ou os dois? Ah é? Todas são. Te pago um. Não? Porra. Por essa não esperava.
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