Sabe quando a gente começa o dia muito leve, assim com mum sorriso interior, que não aparece nos lábios, mas toma conta da alma da gente, acarinhando-a, afagando-a, colocando-a em paz com a vida. Às vezes, ao que se saiba, não existe um motivo perceptível, é, tão-somente, o simples fato de estar vivo e com saúde, com os sentidos em estado de alerta para o que há de bom na vida, este dom formidável que Deus nos concede e que nos traz tantas perplexidades.
Abro as mensagens e vejo uma exortação à preservação da vida selvagem, tantos animais que são sacrificados para dar agasalho aos humanos que, quando vão usa-los, nem de longe imaginam como foi a morte daqueles seres tão graciosos.
Outra mensagem nos remete à s orações, ao poder da fé.
E eu fico pensando nas pessoas que editam tais mensagens, preeocupadas em disseminar a paz, a harmonia, o bem estar, o amor, a fé neste árido mundo de competições desenfreadas, pois, no rádio, por outro lado, escuto a notícia de um travesti que foi queimado vivo na ponte das garças. Como pode alguém hastear fogo num ser humano?
Se nem para para refletir sobre o ato desumano e estulto, como é possível pedir a tais contrafações de indivíduos clemência para os animais?
Por isso é que, muitas vezes, procuro rever na memória aquela passagem do Planeta dos Macacos, quando o símio mais velho, na arena em que dois seres humanos se digladiam até a morte, ante o espanto dso macaco mais novo, exclama: "Isto faz parte da natureza humana!"