A paisagem molhada se apresenta plúmbea e triste. Cai uma neblina fria sobre o lago e o verde da grama, visto através da chuva, parece esmaecido.
Vultos fugidios passam abrigados, esgueirando-se, procurando fugir dos jatos d água que os carros apressados arremessam para os lados.
E, contemplando a chuva, sente uma nostalgia de origem desconhecida, fruto talvez das origens nordestinas, sempre tendente a admirar mais os dias de sol que os dias de chuva.
Pensa na poesia que cai em forma de chuva, silente, amortalhando o dia que se fez noite precoce.
O pensamento voa, vai além do arco-iris, buscando um sol de estio, nuvens azuis, alegria, felicidade.
E, fechando a cortina, volta-se para a luz artificial do salão, dando as custas para a semiescuridão da tarde, mudando o humor completamente.