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cronicas-->ERRO NECESSÁRIO -- 16/11/2006 - 09:46 (Rudolph de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ERRO NECESSÁRIO

Errar é humano. Usamos esta expressão para desculparmos as nossas falhas. Temos a necessidade de nos auto-absolvermos por elas, bem como de justificá-las perante os outros. Neste sentido, a expressão é boa, já que dispensa maiores comentários e explicações, afinal errei porque sou humano, e daí? Nesse contexto usual, o erro é visto como algo a ser evitado. É o indesejável, de certo modo assemelhando-se com o lixo que produzimos. Ambos são males decorrentes da existência, a ela inerentes, cabendo ao bom cidadão remediá-los, reparando ou minimizando o erro ou tratando, separando e reciclando seu lixo.
Acontece que o erro não é, necessariamente, um acidente de percurso. Ele, de fato, é uma necessidade. Não há processo de aprendizado sem erro e o que é a vida senão um longo aprender? Sempre que tentamos algo novo estamos nos sujeitando ao erro, até do simples caminhar advém o risco de tropeçar. Não se trata de desculpar a negligência ou imprudência, pois é certo que quem com elas se abraça, só por este fato já comete um grave equívoco. Daí só pode decorrer o erro indesejável. Ocorre que vê-lo apenas como um mero resíduo de nossas atividades pode nos levar a temê-lo a ponto de nos tirar a vontade de acertar.
No esporte, diz-se que o medo de perder tira a vontade de ganhar. Analogicamente, quanto ao erro a regra é a mesma. No futebol, para fazer um gol é necessário chutar ou cabecear a bola em direção à goleira e, via de regra, para cada bola que entra muitas vão para fora ou são defendidas pelo arqueiro adversário. Excepcionalmente, é possível vencer uma partida sem chutar no arco adversário, desde que ele faça um gol contra. Ganha-se um jogo assim, mas jamais um campeonato. A vida, porém, não é uma única partida, são praticamente incontáveis torneios que se entrelaçam. Não se vencerá nesta vida sem chutar, logo, sem errar e, penso, até mesmo errar bastante, por que não?
Com quantos erros se faz uma canoa? Depende. Se você tiver quem lhe mostre como tudo dever ser feito, talvez nenhum. Ainda assim é improvável. Mas se você tiver a audácia de tentar por si próprio ou de fazer diferente, então o erro será uma condição para o sucesso. Sim, também poderá ser o próprio fracasso. É o preço do atrevimento.
Faço aqui uma apologia do erro. Não a qualquer erro, mas ao erro saudável e construtivo. O erro da ousadia e da curiosidade. O erro da coragem e da vontade. Enfim, ao bom erro, porque ele existe. A vida sem erro é insossa, insípida e inodora. Tem a força e o vigor da apatia, quer dizer, não os tem. Quem quer uma vida assim? Além do mais, quanto mais arrojados forem nossos ideais, tanto maiores serão nossos erros, quanto mais intensa a vida, em igual medida, é provável, também os erros serão mais intensos. Logo, uma vida que se faça acompanhar de alguns poucos erros medianos e corriqueiros tem cara de mediocridade. Uma vidinha, por assim dizer. Seria um exagero afirmar que nossos erros balizam a intensidade de nossa existência? Não, penso que não.
Você já cometeu algum erro hoje? Ainda não? Bem, talvez você seja muito bom no que faz e já saiba tudo sobre a vida. Se não é este seu caso, pense bem, o que você está esperando para descobrir algo novo, para fazer diferente ou para assumir de uma vez por todas aquilo que você ainda não teve coragem? Erre. Eu acabei de escrever isto, foi meu pequeno erro de hoje. Ou teria sido meu acerto? Não sei, por hora, pois é tempo quem traz essas respostas.
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