Usina de Letras
Usina de Letras
18 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63460 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22586)
Discursos (3250)
Ensaios - (10765)
Erótico (13601)
Frases (51964)
Humor (20212)
Infantil (5642)
Infanto Juvenil (4998)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141391)
Redação (3379)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2444)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6387)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Definições reticentes -- 26/12/2000 - 18:43 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nem isso, nem aquilo. É um estilo de ser em cima do muro. É como ser parcial e clamar por Justiça. Ser intelectual lendo orelhas de livros. Ser metido a briguento na frente do espelho. É ser macho que chora ou feminista com sutiã.

Situando no tempo abreviado das horas, está ali, onde a noite amanhece. Vem no lusco-fusco que colore os gatos pardos e denuncia os defeitos de maquiagem. É quando travesti deixa de ser mulher e mulher feia deixa de parecer travesti.

É o momento do café-com-leite bêbado na padaria, dos beijos assustados do "ai, perdi a hora!", e do entregador de jornal relaxado que já me quebrou três antúrios. É piscada de goleiro na hora da falta, é o nome da outra que escapa no sono (ou do outro que volta, volta, volta na insónia).

É carinho eletrónico em letras iguais para olhos diferentes, é tchauzinho de longe e eu não sei se é comigo, é previsão do tempo que acerta o sol mas erra a chuva, é o silêncio barulhento do velório da vítima. É o tiro perdido que encontra o destino, é o destino ignorado da origem do tiro.

É a vontade de ser diferente que acaba, é o elemento encontrado no acaso da química, é a química louca dos corpos em brasa dos amantes que amam pela última vez. É o tempo parado no velho relógio e o homem que espera cansado da espera. É o sorriso matreiro da vendedora de bala, é o medo da bala, da vendedora e do sorriso.

No fundo, não é nada, nem isso, nem aquilo.

Maurício Cintrão








Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui