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	O Coelho de Natal!
 Não estranhe, prossiga sua leitura. Eu quero falar rapidamente de costumes alimentares, tradições culturais e por aí afora...
 
 Hoje à tardinha, o meu filho postiço telefonou-me lá da Itália, precisamente, da cidade de Bergamo. Como sempre, após falarmos do tempo, da saúde e do trabalho, descambamos para outros assuntos e depois pras comemorações do Natal. E por aí começam as diferenças: lá o que se comemora é o dia 25 de dezembro. Aqui comemoramos a véspera, dia 24. Aqui seguimos o modelo norte-americano de festejar, puro consumo comercial. Na Itália, no período das festas natalinas até o dia 6 de janeiro, quando se festeja o dia da Epifania, comemora-se a festa da “Befana”, uma espécie de fada boa, mas de aparência velha e feia. Dizem eles, que se a criança se comporta bem, a bruxa ou befana, traz uma porção de presentes numa grande meia. Caso contrário, se a criança não se comporta, dentro da meia, só encontrará carvão. As festas natalinas no Norte da Itália, são festas fechadas, só da família e especialmente das crianças. Eu falo do Norte porque não conheço o Sul e seus costumes. No tocante ao almoço do dia 25, as comidas não fogem muito ao cardápio do ano inteiro. Pasta, pasta e mais pasta (pasta é massa, que aqui generalizamos e chamamos tudo de macarrão) e depois algum tipo de carne. Os doces não são nada bons, todos possuem o mesmo sabor, ou seja: gosto de rum. Por lá se usa essa bebida caribenha em todos os doces e tortas.
 
 Pois é, voltando à ligação do meu filho, ao ser perguntado sobre o que havia comido no almoço, ele disse que comera carne de coelho. Isto significa que o primeiro prato foi massa. Quando eu contei para meu marido que nosso filho havia comido coelho no almoço de natal; ele, com toda a irreverência carioca, respondeu-me:
 
 -“diga a ele que aqui no Brasil quem come coelho é pedófilo”.
 
 Sem entender o que ele queria dizer, perguntei:
 
 - Por que você está dizendo isto?
 Sua resposta foi clara:
 
 _Você não chama toda criança de “coelho”? Então?
 
 É! Somos diferentes até no humor. É verdade, eu chamo toda criança de “coelhinho ou coelhinha”, pois todas são lindas e fofas.
 
 FELIZ NATAL A TODOS! FELIZ NATAL, COELHINHOS DO MUNDO TODO!
 
 (Hull de La Fuente)
 Dezembro/2006
 
 
 
 
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