Pois é, por alguns instantes, fiquei
soberbo e cativo, diante do céu e
da terra.
Do tempo e dos modismos, que ele
supõe ser de nosso agrado.
Mal valia. Ninguém quer saber do tempo,
calendários e datas que,
formam o tempo do homem
e vai cravando suas cruzes
por onde passa.
Pena! Passa por todo mundo,
remexe com o espírito de cada um.
Pena! Foi todo mundo prá adiante,
à passos de toda eternidade!
É uma escada que vai despejando,
lá na frente, os empórios do homem,
suas lembranças, memória avulsa
de coisas majestosas e outras
não tão grandiosas assim.
Por isso, falando de bom grado,
nada estaciona, nada permanece,
vai tudo prá frente;
cavalheiros emborlhados
de púrpuras ou princesas
cativas de sua beleza.
Vai tudo prá frente,
vai tudo embora.
E como não outra maneira
de desvencilhar-se desta nódoa
de casca azeda, o jeito
é tentar permancer.
Começar tudo de novo
como se nada houvesse.
Mas, aprendem-se da verdade:
aconteceu algo esta noite
na folhinha do tempo,
no corpo de cada um,
na memoria de todos.
Coisa até de amendrontar!
E passamos a ser cavalheiros
de um novo tempo.
Mas o tempo tem um dossiê
até implacável:
não vê, nem cara nem coração.
Só serve pão e manteiga
na manhã seguinte,
escura, absorvente
e cheia de medos!
Mas que aconteceu algo esta
noite na vida homens,
isso lá aconteceu!
Ave! Os céu e terra!
Estamos passando na vida!
Tudo muito dolorido, muito dolorido!.