Capital do país, seis horas da manhã. A caminho da padaria para comprar o pão para o café da manhã, deparo-me com a cena: dois casais dormindo sobre a relva, próximo à quadra onde moro. Panos revoltos, travesseiros de caixas, improvisados, restos de comida em pratos descartáveis. Um deles se levanta, é mendigo poliglota, cumprimenta-me em inglês, remexe no container de lixo, saca algum pedaço de pão para comer.
E eu fico imaginando: que sociedade é esta que estamos, nós, brasileiros, legando aos nossos pósteros.
Uma desigualdade social imensa, uma distribuição de renda altamente desequilibrada, um contraste enorme.
Brasília, nas suas caracterísitcas de coidade aglutinadora e eclética, reflete, nos seus contrastes, toda a desestrutura que nós estamos construindo ao longo de séculos neste imenso e rico país, tão desumano, tão sofrido, tão enganado pelos mjaus administradores.
Um belo dia - e eu não estou sendo um mero visionário - atingiremos um perfil melhor, com as classes menos favorecidas tendo oportunidades de estudo e de emprego.
E, um consumidor descompromissado e leve, nas primeiras horas da manhã, seguin a pé no rumo da padaria, não terá que meditar tanto sobre o futuro do Brasil.